Sábado, Dezembro 14, 2024
Sábado, Dezembro 14, 2024

Teatro está de regresso à Maiorga

Data:

Partilhar artigo:

Passam poucos minutos das 21 horas de segunda-feira. No Centro de Bem Estar Social (CBES) da Maiorga, as luzes já estão acesas. No palco há movimento e no chão há cenários por acabar de pintar. Andam de um lado para o outro. Trocam ideias. Juntam-se diferentes gerações, neste caso, dos 11 aos 83 anos, nas diferentes salas de trabalho.

Passam poucos minutos das 21 horas de segunda-feira. No Centro de Bem Estar Social (CBES) da Maiorga, as luzes já estão acesas. No palco há movimento e no chão há cenários por acabar de pintar. Andam de um lado para o outro. Trocam ideias. Juntam-se diferentes gerações, neste caso, dos 11 aos 83 anos, nas diferentes salas de trabalho.
Há teatro na Maiorga! Sim, o teatro está de regresso, passadas várias décadas. Ninguém vai querer perder pitada da primeira apresentação do Grupo de Teatro Amador do CBES. É já na noite do próximo dia 30, às 21 horas. Uma oportunidade para assistir a cinco peças, encenadas por Aníbal Ricardo. Imagina-se um ardina a gritar estas palavras pelas ruas da aldeia. 
O serão podia ser passado em casa, mas optaram por arregaçar as mangas e ajudar a desenhar o futuro cultural da terra. No início, não foi fácil. Jovens de um lado e pessoas com mais idade do outro. Confronto de gerações. Hoje, já não passam uns sem os outros, motivam-se e acreditam que vai ser um sucesso a estreia deste grupo de teatro, que começou a dar os primeiros passos no mês de setembro.
Em cima do palco, há passos fortes, correspondentes à comunicação corporal e verbal que a peça exige. Erra. Repete. Aníbal Ricardo, que anda nestas andanças desde os 19 anos e a encenar há 12, não permite falhas. “É a maior aventura na qual me meti. Nunca tinha feito nada igual”, testemunha o encenador, que, em conjunto com Sandra Bernardo, esteve à frente do Teatro Prata da Casa da Vestiaria. “É um grupo muito heterogéneo. O José Ezequiel esteve em coma e ainda apresenta limitações, tenho um senhor, com 80 anos, que ainda está com dificuldade em adaptar-se ao papel”, explica Aníbal Ricardo, feliz por abraçar um projeto que tira as pessoas de casa e as mantém ativas.
Foi a partir do desafio de Fátima Camacho a Aníbal Ricardo que surgiu o grupo, que a direção, liderada por Joaquim Matias, aplaude. “É muito mais do que um grupo de teatro. É um grupo que promove a cultura e as tradições da terra, juntando a comunidade num verdadeiro encontro de gerações”, salienta a diretora técnica do CBES.
Vittorina Rocha, que tem 14 anos e anda no 9.º ano, frequentou a instituição e hoje é ‘atriz’. “Estou feliz por estar aqui a viver este momento. O facto de não ser muito social, ajudou-me a sair da minha ‘bolha’ e a estabelecer contacto com outras pessoas”, diz. Já José Ezequiel afirma que está a ser uma alegria conhecer novas pessoas e que o teatro é uma terapia.
Os atores em cima do palco pedem silêncio. As distrações são “terríveis” e Aníbal Ricardo não perdoa. Na sala ao lado, pintam-se cenários, discutem-se peças de vestuário e dão-se gargalhadas. As mais velhas, pelo seu conhecimento, vão, em casa, costurando algumas peças, que são estudadas, e também desenhadas, pela cenógrafa Diana Borges.
De joelhos, Diana Borges vai pintando o cenário de ‘As três abobrinhas’. “É a peça mais pequena, mas a que tem o cenário mais trabalhoso”. Neste momento, confessa a também designer de comunicação, a “maior luta é remar contra o tempo”. Todo o trabalho está a ser feito pela primeira vez, não há espólio. “Trabalhamos à base do voluntariado e da boa-fé”, remata.
Maria Rita André, 15 anos, Nazaré Félix, 52 anos, e Maria do Rosário André, 72 anos. Três gerações de uma mesma família que se encontram na vida e, agora, no teatro.
A mais nova, que sonha em ser estilista, já participava em peças na Vestiaria e nunca imaginou estar com a mãe e a avó num grupo de teatro. Na família de Nazaré Félix a tradição do teatro já vem desde o tempo do pai e durante cerca de oito anos, no Salão Paroquial, através de um grupo de jovens, organizou peças de teatro. Também a sogra Maria do Rosário André está a cumprir o sonho do marido, que esteve ligado à instituição mais de duas décadas: o teatro regressou e está a ajudar a erguer uma das tradições da Maiorga

AD Footer

Artigos Relacionados

Incêndio deixa casal de idosos desalojado em Vale de Maceira

Um incêndio que deflagrou numa habitação, na noite deste dia 11, deixou um casal de idosos desalojados em...

Homem detido por tráfico de estupefacientes e posse de armas proibidas no concelho de Alcobaça

O Posto Territorial de Alcobaça da GNR deteve, esta terça-feira, um homem de 26 anos por tráfico de...

Hóquei: Rodolfo Santos sucede a Fábio Barqueiro ao leme da Biblioteca

Fábio Barqueiro deixou o comando técnico da equipa sénior da Biblioteca durante esta semana, tendo sido contratado Rodolfo...

Futsal: Nuno Veiga é o novo treinador da AR Pederneirense

Nuno Veiga (ex-sub-19 do CCRD Burinhosa) será o novo treinador da AR Pederneirense, anunciou o clube nazareno esta...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!