Metade da produção de Pera Rocha do Oeste deverá ter ficado destruída com o surgimento de um fungo, que apareceu no fruto duas semanas antes da colheita. Muitos produtores da região registam centenas de milhares de euros de prejuízos.
Metade da produção de Pera Rocha do Oeste deverá ter ficado destruída com o surgimento de um fungo, que apareceu no fruto duas semanas antes da colheita. Muitos produtores da região registam centenas de milhares de euros de prejuízos.
Mário Rodrigues foi um dos produtores de Pera Rocha do Oeste mais afetados no Paúl da Cela, estimando uma quebra de mais de 50% da produção. “A campanha anterior resultou em 1.100 toneladas, este ano o valor caiu para 443 toneladas“, conta o produtor, que prevê prejuízos na ordem dos 150 mil euros. “As expectativas para esta campanha eram muito boas. Até três semanas antes da colheita dava gosto olhar para os meus pomares, de repente o fungo apareceu e foi um terramoto”, explica Mário Rodrigues, que possui um pomar de cerca de 40 hectares de Pera Rocha no Paúl da Cela.
A verdade é que os danos causados pela possível filoxera causaram perdas significativas aos produtores do Oeste, mas, em contrapartida, a qualidade do fruto é superior. “As peras têm mais açúcar. No ano passado o brix variou entre os 10,5 e 11% e este ano prevê-se um valor de 14%”, adianta o produtor.
Também Ernesto Rodrigues, produtor de Pera Rocha, que possui um pomar de 32 hectares em Mafra e um outro de 5 hectares em Alfeizerão, estima quebras de produção em cerca de 80%. “Ainda não trouxe quase nada para casa. É uma uma perda incalculável“, lamenta o produtor que deverá ter prejuízos de 400 mil euros.
A diminuição da produção vai obrigar a “um grande esforço”, conforme sublinha Ernesto Rodrigues, para garantir o mercado nacional e os contratos externos, já que 50% da produção é destinada a exportação.