Azedaram as relações entre a Câmara da Nazaré e a Escola Profissional da vila. Em causa está o pagamento de uma dívida de cerca de 65 mil euros da autarquia relativa ao fornecimento de refeições escolares.
Azedaram as relações entre a Câmara da Nazaré e a Escola Profissional da vila. Em causa está o pagamento de uma dívida de cerca de 65 mil euros da autarquia relativa ao fornecimento de refeições escolares.
A Câmara assumiu o pagamento da verba, que resultou de um contrato assinado a quatro dias das últimas eleições autárquicas e que foi rescindido após a entrada em funções do novo executivo. Contudo, após analisada “documentação interna” o pelouro da Educação “verificou que haveria lugar a um encontro de contas”, dado que a autarquia entende estar a suportar um conjunto de despesas que dizem respeito ao funcionamento da escola, num montante superior ao da dívida. Estas despesas terão sido incluídas num protocolo a assinar entre as partes e que estão em negociação há cerca de dois meses.
O vereador da Educação aproveitou a sessão pública de Câmara da semana passada para divulgar o estado de situação “das relações institucionais” com a EP Nazaré, revelando que tinha sido marcada uma reunião entre as partes “que durou um minuto”. “Quando informámos os responsáveis da escola de que teria de haver lugar a um encontro de contas, o diretor da escola levantou-se de imediato e a reunião acabou ali”, revelou Manuel Sequeira, que entende que a Câmara assumiu despesas de água, eletricidade, telefones e gás da escola “no valor de 77 mil euros” ao longo dos últimos anos e que, por isso, não deveria haver lugar ao pagamento da dívida relativa às refeições.
“Sem colocar em causa o trabalho desenvolvido pela escola”, o autarca fala de um “comportamento abusivo” por parte da EPN e recorda que a escola “utiliza três edifícios públicos, um dos quais está a ser pago com um leasing que custa 2 mil euros mensais” à Câmara.
Em declarações ao REGIÃO DE CISTER, o diretor da EP Nazaré lamenta o momento e a forma escolhidas para tratar este assunto, quando a “preocupação e concentração está em preparar o início do ano letivo”. Paulo Sousa refere que, numa reunião ocorrida há alguns meses, a escola aceitou, na íntegra, uma proposta da Câmara da Nazaré, de um acordo que contemplava todas as questões que estavam pendentes no interesse de ambas as partes. “Recentemente foi-nos dito que o acordo não era válido. Apenas pedimos que haja rigor no tratamento deste e de qualquer assunto e que se fale de todos os aspetos a ter em conta”, adiantou. “Se a escola está aqui a mais, que nos digam. Nós só fazemos política educativa. Da outra não”, acrescentou o responsável.