O “Apocalipse de Alcobaça” é o nome do códice que foi inscrito pela Unesco no Registo da Memória do Mundo na edição 2014/15. O manuscrito integra o conjunto dos Comentários do Apocalipse, de Beato de Liébana, que no século VIII procurava explicar o último livro do Novo Testamento.
O códice, em pergaminho, preservado na Biblioteca Nacional de Portugal e proveniente do Mosteiro de Alcobaça, onde foi produzido nos inícios do séc. XIII, mereceu uma candidatura conjunta de Portugal e Espanha. A candidatura apresentada em 2014 e intitulada Manuscritos do Comentário do Apocalipse (Beatus de Liébana) na Tradição Ibérica, foi agora aprovada ao programa Memória do Mundo, criado em 1992 pela Unesco para preservar e valorizar o património documental da humanidade.
Segundo a Biblioteca Nacional, estes códices medievais são também conhecidos como “Beatos” por conterem a cópia do “Comentário ao Apocalipse” atribuído ao monge Beato de Liébana, que viveu nas Astúrias na segunda metade do século VIII. Únicos no seu género, são considerados expressão cultural e artística de grande relevância produzida na Península Ibérica e com grande disseminação no resto da Europa medieval. Inspiraram algumas das mais famosas obras literárias e artísticas contemporâneas e constituem uma das provas materiais da transição do Mundo Antigo para os tempos medievais no campo da arte, da literatura e do pensamento no mundo mediterrânico e na Europa Ocidental.