O Mosteiro de Alcobaça registou, no primeiro semestre do ano, mais 13 mil visitantes pagantes, em relação ao período homólogo do ano passado. O número foi avançado pela diretora do monumento, este sábado, na última sessão do ciclo de conferências integrada no âmbito dos estudos monásticos alcobacenses.
O Mosteiro de Alcobaça registou, no primeiro semestre do ano, mais 13 mil visitantes pagantes, em relação ao período homólogo do ano passado. O número foi avançado pela diretora do monumento, este sábado, na última sessão do ciclo de conferências integrada no âmbito dos estudos monásticos alcobacenses.
No ano passado foram contabilizados “198 mil visitantes (com entradas pagas), verificando-se um acréscimo de 25 mil pessoas, face ao ano anterior”, adiantou Ana Pagará. No entanto, a responsável manifestou preocupações em relação ao desgaste do monumento e à qualidade das visitas, tendo em conta o crescente número de visitas de ano para ano.
“É claro que a receita é importante, mas é igualmente relevante a qualidade (ou não) do usufruto do monumento” que, neste caso, e segundo a diretora do Mosteiro, “deve preservar as características do turismo espiritual, sendo algo que se mantém há centenas de anos e representa uma comunidade, bem como a simplicidade e pureza das formas arquitetónicas”.
Sendo o monumento Património Mundial da Humanidade, Portugal “assume o compromisso, para com todas as nações do mundo, em preservá-lo”, reforça Ana Pagará, acrescentando que, “devido à exigência, cada vez maior, nos ciclos de avaliação do comité da Unesco, “está agendada uma monitorização mais aprofundada para o ano que vem e haverá, em breve, uma reunião cujo objetivo é encontrar uma forma de gestão mais eficaz”, adianta. “É cada vez mais difícil cumprir com os objetivos, não só pela complexificação do turismo, mas também pela falta de recursos humanos”, acrescentou.
No futuro, é objetivo da direção do Mosteiro de Alcobaça “reforçar a sua ligação à comunidade local e ao visitante em geral, apostar na programação cultural de excelência (em particular na área da música), internacionalizar o monumento, através da promoção e do reforço da sua posição a nível mundial e, ainda, manter as boas práticas ao nível da conservação, dinamização da divulgação enquanto monumento inscrito na lista do Património Mundial da Humanidade pela Unesco”, concluiu Ana Pagará.
No final desta última conferência, o papel de Maria Augusta Trindade na inscrição do Mosteiro como Património da Humanidade foi alvo de elogios.
A ex-diretora do monumento foi a oradora da última sessão do ciclo de conferências, tendo visto o seu papel naquele processo ser altamente elogiado por Ana Pagará. A ex-diretora do monumento confessou sentir-se, em tempos, “receosa pela capacidade própria”, questionando-se “várias vezes se seria realmente capaz de levar o objetivo avante”, o que viria a conseguir em 1989. Já o presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, agradeceu “todo o trabalho desenvolvido” pela antiga diretora do monumento, tendo em conta que “as suas decisões e atitudes desencadearam todo o processo”.