Vários presépios feito pelo Grupo Etnográfico Danças e Cantares da Nazaré contam a história e o quotidiano da vila, até domingo, no Centro Cultural da Nazaré.
Os presépios são como os chapéus: há muitos e de muitas formas e feitios. Mas não há nenhum que conte tão bem a história e mostre o quotidiano da Nazaré de uma forma tão fiel como os presépios que o Grupo Etnográfico Danças e Cantares da Nazaré (GEDCN) tem expostos no Centro Cultural da vila, antiga lota, até domingo.
A ideia de realizar a exposição dos presépios tradicionais partiu de Lurdes Barqueiro, “ensaiadora” do GEDCN, que tinha vindo a verificar “que o espírito natalício” e em especial da montagem de presépios “se tinha vindo a perder, especialmente nas igrejas”. Por isso, há seis anos, a nazarena começou a organizar a exposição, que começou “pequena mas foi sempre evoluindo”.
O presépio com figuras pequenas deu lugar a uma representação do nascimento de Jesus em tamanho real. Mas com a “roupagem e traços” da Nazaré. O barco serve de gruta, as redes fazem de manjedoura para o Menino e Maria e José estão vestidos à “moda da praia”, conta Lurdes Barqueiro.
Após a primeira exposição, vários membros do Grupo Etnográfico de Danças e Cantares da Nazaré sentiram necessidade de fazer um presépio maior, que contasse a história da vila piscatória dos meados do século passado. Assim, nasceu um presépio de grandes dimensões, com os três grandes “polos” que compõem a Nazaré: Praia, Sítio e Pederneira. As centenas de peças, figurinos e decoração foram trabalhados, à mão, por membros do GEDCN que dedicaram horas ao presépio.
Nesta representação é possível ver como funcionava a Nazaré até à década 30 do século passado com elevado grau de rigor histórico, fundamentado na coleção fotográfica do nazareno Álvaro Laborinho. O edifício da Capitania, a Praça Sousa Oliveira, o Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, o Ascensor e até o Monte de São Brás figuram, tal e qual como eram há décadas, no presépio idealizado por Lurdes Barqueiro.
No próximo ano a exposição vai voltar, ainda maior, mas sempre com a promessa de retratar o presépio com um toque da cultura nazarena.