A alcobacense Diana Ferreira venceu o prémio de “Jovem Investigadora” atribuído pela Palliative Care Australia, associação australiana de cuidados paliativos, graças à investigação que a médica tem vindo a desenvolver na área de novas terapias para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
A alcobacense Diana Ferreira venceu o prémio de “Jovem Investigadora” atribuído pela Palliative Care Australia, associação australiana de cuidados paliativos, graças à investigação que a médica tem vindo a desenvolver na área de novas terapias para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
A jovem, de 32 anos, recebeu 2 mil dólares australianos para serem aplicados em investigações, estando a desenvolver “um grande ensaio clínico que testará pequenas doses de morfina de libertação prolongada para controlo da dispneia (falta de ar) em doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica”, explica.
Diana Ferreira está a frequentar o doutoramento na Austrália, com uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), depois de ter suspendido o internato de especialidade médica na área da Oncologia no Instituto Português de Oncologia de Lisboa. Se o resultado do ensaio clínico for positivo, a morfina de libertação prolongada poderá “estar disponível no mercado para doentes com DPOC”. O medicamento terá um “impacto enorme na qualidade de vida destes doentes”, garante, acrescentando que a DPOC é “uma das principais de causas de morte no mundo” e que “95% das pessoas que sofrem de DPOC sofrem de dispneia”.
“Ser reconhecida como ‘Emerging Researcher’ num país com a qualidade de investigação que se faz na Austrália deixa-me muito feliz e é sem dúvida uma ‘porta de entrada’ caso queira seguir a carreira académica”, refere a médica.
A investigadora é natural do Porto, mas passou a infância e adolescência em Alcobaça. Foi, aliás, na Escola Secundária D. Inês de Castro que descobriu, aos 15 anos, que queria ser médica e onde repetiu os exames nacionais por três vezes para concretizar o sonho de entrar em Medicina. “Tinha uma grande vontade de fazer a diferença na vida das pessoas e queria uma profissão intelectualmente desafiante”, conta a investigadora, que concluiu o curso de medicina em 2011 e, no ano seguinte, ingressou na especialidade de Oncologia Médica.
Durante a frequência no mestrado em Cuidados Paliativos, na Universidade Católica Portuguesa, a médica desenvolveu uma “paixão” pelos cuidados paliativos pela “importância que têm para os doentes”. Por isso, fazer um doutoramento foi o “caminho natural para saber mais sobre a área” e a Austrália surge, também, de forma natural devido ao facto de “ser um país onde se faz investigação de grande qualidade” no que toca aos cuidados paliativos. “Infelizmente não existem equipas suficientes para os muitos doentes com necessidades de cuidados paliativos”, lamenta Diana Ferreira, acrescentando que, por vezes, são os próprios médicos oncológicos que “coordenam as abordagens paliativas”.