Domingo, Julho 6, 2025
Domingo, Julho 6, 2025

Iraniano atravessou Europa e fez da Benedita a sua casa

Data:

Partilhar artigo:

Passou por dez países como imigrante ilegal, viveu nas ruas durante o frio inverno de Atenas, na Grécia, enquanto esperava pelo estatuto de exilado político, mas encontrou na Benedita a sua casa. 

 

Passou por dez países como imigrante ilegal, viveu nas ruas durante o frio inverno de Atenas, na Grécia, enquanto esperava pelo estatuto de exilado político, mas encontrou na Benedita a sua casa. O iraniano Yaser Khodabandeh recebeu o REGIÃO DE CISTER na casa que reside na vila há um ano para contar a atribulada história de vida. 

Depois de um jantar de família, o iraniano estava “no sítio errado à hora errada” e, numa madrugada, foi apanhado no meio de uma manifestação política num país que impunha o recolher obrigatório após as 20 horas. Yaser Khodabandeh esteve detido durante duas semanas e apenas um “milagre” ditou a sua libertação. 

Região de Cister - Assine já!

O “beneditense emprestado” estava “bem” na vida: tinha emprego, frequentava o ensino superior, mas a situação insólita que viveu obrigou-o a deixar tudo para trás e “mudar de vida”. 

Do Irão a Istambul, na Turquia, o homem de 34 anos fez quase toda a travessia a pé. Partiu em direção à Grécia e, depois, à Alemanha. Apanhou azeitonas em Itália, onde conheceu uma portuguesa por quem se apaixonou. 

Por amor largou tudo o que tinha naquele país e veio para Portugal. Casou e fixou-se, durante quase dois anos, na localidade de Nadadouro, concelho de Caldas da Rainha, até se separar da mulher. E foi esse “pequeno grande percalço” que o trouxe à Benedita, onde encontrou trabalho na ICEL.

Mesmo depois de vários anos em Portugal, Yaser Khodabandeh ainda só consegue “arranhar” o português e utiliza muito o inglês para se fazer entender. Mas quando o assunto é a sua “família adotiva” na Benedita, não precisa de muito esforço para encontrar as palavras certas: “Têm um grande coração”. O iraniano está a viver num quarto que alugou numa habitação perto do centro da Benedita. “Mais do que amigos, são a minha segunda família”.

Até obter a cidadania portuguesa, tenciona continuar a viver e trabalhar na Benedita, onde consegue “poupar algum dinheiro e ajudar a família” que deixou no Irão. Yaser Khodabandeh não vai ao país de origem há mais de uma década.

A vida de Yaser encontrou alguma estabilidade na Benedita mas está longe de ter chegado a um final (feliz). É o próprio que o garante. “As pessoas mudam. O que hoje é verdade, amanhã já pode não ser”, sublinha. Seja onde for, este verdadeira cidadão do mundo vai procurar “estar em paz consigo” e… ser “feliz”. 

AD Footer

Artigos Relacionados

Cartas de Afetos unem crianças e idosos em amizade escrita à mão

Durante vários meses, as crianças da Componente de Apoio à Família (CAF) de Alpedriz, Casal de Ramos e...

Um domo contra os extremos

Só para o vento é que não encontrei ainda um refúgio, terei de aguentar. Para o vento e...

Atletismo: São-martinhense sagra-se campeã nacional sub-18

A são-martinhense Caetana Neves (Arneirense)sagrou-se campeã nacional de sub-18 na prova de 2.000 metros obstáculos. Em Beja, nem uma...

Hóquei: HC Turquel despede-se como vice-campeão nacional

O HC Turquel anunciou, no último domingo, a interrupção no projeto referente à equipa sénior feminina. Fê-lo um...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!