O alcobacense Ricardo Santos parte esta sexta-feira para Barcelona, onde no domingo, em Calella, culmina o projeto a que se propôs: completar o Ironman da cidade condal.
O alcobacense Ricardo Santos parte esta sexta-feira para Barcelona, onde no domingo, em Calella, culmina o projeto a que se propôs: completar o Ironman da cidade condal.
Será, além disso, o epílogo da iniciativa solidária do gestor de serviços da Cooperativa Agrícola de Alcobaça, que este ano já completou quatro provas de preparação (Setúbal, Caminha, Calella e Peso da Régua) e vai doar 1 euro ao Ceeria por cada quilómetro percorrido neste projeto solidário.
O triatlo entrou na vida de Ricardo Santos em maio de 2016. E foi preciso até “aprender a nadar”. “Foi duro chegar até aqui, porque era preciso treinar três modalidades e havia o grande obstáculo de não saber nadar. Além disso, era preciso desenvolver e treinar as longas distâncias. Foi um processo de quem não tinha um passado enquanto triatleta, como se começasse um projeto com uma folha em branco”, diz Ricardo Santos, que ficou a ganhar em todas as frentes.
“Olhando para trás, reconheço que foi uma caminhada longa, de descoberta pessoal e profissional. Dediquei imenso tempo a treinar as três modalidades e tive de encontrar esse tempo na vida profissional, na qual tive de aprender a delegar, e também na vida pessoal”, salienta o triatleta, que valoriza, mais do que nunca, a “organização e planeamento”.
Desde que se iniciou no triatlo, foram mais de 17.000 quilómetros percorridos entre natação, ciclismo e atletismo, o equivalente à distância entre Lisboa e Sidney. No próximo domingo, o triatleta do Clube de Natação Vasco da Gama terá de nadar 3,8 quilómetros, pedalar 180 quilómetros e correr 42,2 quilómetros para finalizar o Ironman. E, apesar de ter dado boas respostas nas quatro provas de preparação, reconhece viver um estado de nervoso miúdinho: “Fiz desporto de alta competição durante muitos anos no motociclismo, mas quando se tem um projeto que vamos construindo ao longo de dois anos, e apesar de ter alguma maturidade, apodera-se sempre de nós alguma ansiedade”.
Neste percurso tiveram papel primordial os técnicos. Desde logo o treinador certificado pelo Ironman Nuno Rijo, mas também Francisco Oliveira (natação), Pedro Garcia (fisioterapia) e Andreia Castro (nutricionista). “É uma equipa sensacional e que me ajudou imenso”, diz Ricardo Santos, que teve nos utentes do CEERIA uma “força adicional” de motivação.
“A vertente social é um pano de fundo que se estendeu ao longo do projeto e lhe deu grande sustentabilidade. Naqueles dias em que temos um treino mais longo, porque está a chover ou está calor, ou porque estamos aborrecidos com o trabalho, faz-nos pensar que há pessoas que diariamente têm de passar por provas de superação para executar tarefas para nós simples. Aquelas pessoas merecem uma medalha de Ironman todos os dias”, frisa o triatleta solidário.