O Grupo Desportivo “Os Nazarenos” e o presidente da Direção foram constituídos arguidos na operação “Fair Play”, num processo que envolve dois empresários brasileiros, os quais foram detidos pelas autoridades e estão indiciados pela prática dos crimes de tráfico de seres humanos, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos.
O Grupo Desportivo “Os Nazarenos” e o presidente da Direção foram constituídos arguidos na operação “Fair Play”, num processo que envolve dois empresários brasileiros, os quais foram detidos pelas autoridades e estão indiciados pela prática dos crimes de tráfico de seres humanos, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos.
A ação, coordenada pelo Ministério Público, “englobou buscas domiciliárias às residências dos suspeitos”, lê-se no comunicado divulgado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que deteve esta quinta-feira, na cidade de Leiria, dois cidadãos sul-americanos, agentes desportivos e responsáveis pela entrada e permanência ilegal de um número substancial de jovens futebolistas, em situação irregular.
Em resultado das buscas realizadas foi “apreendida documentação relacionada com o esquema de angariação de futebolistas, assim como material informático e de comunicações”.
A operação “constituiu o desfecho de meses de investigações iniciadas pelo SEF em finais de 2018. Na altura, no final do ano passado, uma outra ação do SEF levou à identificação de cerca de duas dezenas de cidadãos estrangeiros em situação irregular, jovens futebolistas, que se encontravam alojados em áreas afetas à associação desportiva, agora constituída arguida, em condições indignas, vivendo com extremas dificuldades económicas. Comprovou-se que teriam vindo para território nacional, angariados através de um esquema que envolvia vários intervenientes, e no qual os cidadãos agora detidos desempenhavam um papel crucial”, revelou o SEF.
A operação “Fair Play” contou com a participação de 17 operacionais do SEF.
Em comunicado, a Direção do Nazarenos esclarece que o clube e o presidente João Zarro foram constituídos arguidos, “mas antes da realização das buscas e não depois” e que “nenhum dirigente do GDN, incluindo o seu Presidente, foi sequer interrogado acerca dos factos sob investigação, o que se espera venha a acontecer com a maior brevidade possível, no sentido de ajudar a esclarecer as autoridades acerca dos factos sob investigação”.
Os alvinegros garantem que nem o clube “nem nenhum membro da sua Direção, incluindo o seu Presidente, fazem ou fizeram parte de um esquema de ‘tráfico de seres humanos’, crime que reputam de hediondo”, e que também não receberam “dos atletas, dos seus familiares ou de quaisquer representantes seus, qualquer quantia monetária ou qualquer outro tipo de vantagem económica”.
“Foi o Grupo Desportivo ‘Os Nazarenos’ e os seus dirigentes que resgataram os atletas estrangeiros que foram literalmente abandonados pelos empresários responsáveis pelas suas vindas para Portugal”, pode ler-se no documento, que frisa ainda que “desde a data em que foram abandonados por aqueles empresários foi o GDN e os seus dirigentes, quem providenciou pelo sustento dos atletas em causa”.
A Direção do clube “aguardará serenamente o desenrolar do inquérito em curso, continuando como até aqui a colaborar com as autoridades para um completo e cabal esclarecimento da verdade, apelando a todos que respeitem o princípio da presunção de inocência, uma vez que até à presente data nenhuma acusação foi deduzida contra o Grupo Desportivo “Os Nazarenos” ou contra o seu Presidente, a quem a Direcção manifesta publicamente todo o seu apoio e solidariedade”, conclui o documento.