Há quase três décadas com portas abertas na Avenida Manuel da Silva Carolino, em Alcobaça, a “Dona São das Máquinas de Costura”, antiga “Maquilar”, é o único espaço do concelho que ainda comercializa máquinas de costura “de outros tempos”.
Há quase três décadas com portas abertas na Avenida Manuel da Silva Carolino, em Alcobaça, a “Dona São das Máquinas de Costura”, antiga “Maquilar”, é o único espaço do concelho que ainda comercializa máquinas de costura “de outros tempos”.
A paixão pelo corte e costura é de família, sendo o negócio gerido, nos últimos três anos, pela filha dos proprietários.
Em 1989, Conceição Roxo e José Costa Roxo decidiram abrir um negócio de comércio de máquinas de costura, eletrodomésticos e de retrosaria na cidade. “Os meus pais já trabalhavam na área há cerca de dez anos quando decidiram dar o passo de criar um negócio próprio. A experiência, que é o mais importante, já tinham”, conta a filha dos proprietários ao REGIÃO DE CISTER. De acordo com Ana Roxo, a mãe dedicava grande parte do seu tempo a “fazer pequenos trabalhos” como bainhas, croché e bordados e lecionava também cursos de costura, à data com bastante procura.
Ana Roxo tomou as “rédeas” do negócio em 2017, após o desejo dos pais de “gozar um pouco mais da vida e da tranquilidade depois de longos anos de trabalho”. Conceição Roxo e José Costa Roxo também manifestaram vontade em abandonar a correria da vida da capital e “regressar a casa”. A filha acabou por aceitar ficar com a loja e hoje em dia considera-se uma “felizarda” por ter a oportunidade de dar continuidade “ao sonho dos pais”.
A proximidade com o cliente e a assistência continuam a ser dois trunfos importantes da loja da “Dona São”. “Ainda hoje tenho pessoas que cá aparecem para reparar máquinas que compraram com os meus pais, há cerca de 40 anos”, confessa, entre sorrisos, a empresária.
A herdeira, licenciada em Gestão do Desporto, confessa que a nova fase da loja é o resultado da união de esforços das duas gerações. A primeira mudança foi o nome do estabelecimento. “Resolvi mudar o nome porque na verdade este sempre foi o nome pelo qual foi conhecido”, graceja.
Atualmente o comércio de retrosaria é o mais representativo, tendo sido cessado o comércio de eletrodomésticos e retomados os workshops de costura. “Penso que este negócio está a atravessar uma nova fase de prosperidade porque há cada vez mais pessoas interessadas em aprender a costurar”, afirma, satisfeita. Ana Roxo sublinha ainda que estas mudanças visam apenas dar um “novo ar” ao estabelecimento, sem erradicar a essência do espaço. “Como qualquer negócio, é preciso adaptar-se aos tempos, mas o que está para trás é uma estrutura sem a qual não era possível continuar”, enaltece Ana Roxo, agradecendo aos clientes a sua fidelidade e confiança e aos pais por todos os ensinamentos e apoio constante.
“Há pessoas que entram pela porta e ficam reticentes quando não são recebidos pelos meus pais, mas quando explico que sou filha, sinto que a confiança regressa”, nota Ana Roxo, a quem a infância vivida entre os botões e os tecidos a incentiva a prosseguir com o negócio de família.