A Pastelaria Concha data de 1950 e há sete décadas que faz as delícias dos sãomartinhenses e dos turistas que apreciam a baía.
A Pastelaria Concha data de 1950 e há sete décadas que faz as delícias dos sãomartinhenses e dos turistas que apreciam a baía. Esta casa com história chegou a estar aberta apenas seis meses por ano (de julho a dezembro), cujas receitas sustentavam a pastelaria o resto do ano, mas agora trabalha os 12 meses do ano na Rua José Bento da Silva.
É gerida por António Luís e Luís Frutuoso, que ficaram sócios quando o espaço esteve em risco de fechar há 33 anos. António Luís, que já era pasteleiro na casa, aliou-se ao amigo e agora sócio. Desta forma, seria possível continuar com a marca da pastelaria, bem como com a qualidade do serviço.
Mas a história do principal pasteleiro acompanha a história do próprio negócio. Aos 13 anos, começou a trabalhar na pastelaria. Quando começou fazia pão, só mais tarde entrou no mundo doce. E, assim, passa mais de meio século que António, agora com 66 anos, faz parte da casa. Com a junção dos novos sócios, o espaço sofreu alterações que se mantiveram até hoje, mantendo o modelo de café, pastelaria e padaria.
Inês Frutuoso, filha de Luís, também veio fazer parte do negócio, mantendo-o num ambiente familiar: há dois anos abraçou a pastelaria como se fosse sua. Troca conhecimentos com António Luís, pasteleiro-mestre, porque “não dá para aprender com mais ninguém” esta verdadeira arte.
Inês Frutuoso, que até já fez parte da equipa do REGIÃO DE CISTER, entrou na pastelaria aos 5 anos, quando o pai ficou à frente do negócio. Começou a correr pela pastelaria e a comer de vez em quando massa crua. Hoje, investe tempo e ideias. Criou um bolo da marca Concha, que ainda está a desenvolver. Mas também adaptou o negócio aos tempos modernos, introduzindo a pastelaria nas redes sociais.
No que diz respeito ao movimento, o turismo traz muito trabalho, especialmente na época balnear. Contudo, a jovem nota que, de há um ano para cá, a casa também tem mais movimento durante a época baixa. A aprendiz de pasteleira atribui este facto aos estrangeiros que escolhem a zona para residência permanente. “De inverno tínhamos muitos clientes habituais e locais. Agora, com o aumento da população, sobretudo estrangeiros, temos mais clientes de inverno”, explicou. Mas os habituais não deixam de vir, trazendo também as gerações que vão nascendo e crescendo, chamando clientes de Lisboa que lá vão de propósito. “Associam a Concha a São Martinho”, pelo que este é já um símbolo da vila. Afinal, não há quem fique indiferente aos pastéis de nata ou às tranças da pastelaria.