Figueiredo é um apelido bem conhecido no andebol regional, mas Tiago (Boa-Hora) conseguiu elevar a fasquia e escreve história da família na 1.ª Divisão nacional. Na segunda temporada no escalão principal, soma já 19 golos esta temporada e está apenas a um de igualar o registo goleador da época passada.
Figueiredo é um apelido bem conhecido no andebol regional, mas Tiago (Boa-Hora) conseguiu elevar a fasquia e escreve história da família na 1.ª Divisão nacional. Na segunda temporada no escalão principal, soma já 19 golos esta temporada e está apenas a um de igualar o registo goleador da época passada.
O ponta e central começou a carreira na Nazaré e durante muito tempo fez dos seus 1,50m a sua maior “arma”. De resto, recorda ao REGIÃO DE CISTER um momento caricato. “Num jogo pelo Dom Fuas AC estava a atar as sapatilhas e o adversário fez um passe que acabei por intercetar por ser pequeno e por ele não se ter apercebido da minha presença”, relembra.
Ainda antes de rumar ao Cister Sport de Alcobaça há um dérbi que jamais esqueceu. “Era um jogo contra o meu primo Pedro Figueiredo e lembro-me que ganhámos e marquei um golo”, conta, relembrando que, após a partida foi confortar o primo, que estava desolado por ao contrário de Tiago não ter conseguido marcar. Anos depois viriam a jogar juntos, precisamente no Cister SA, clube no qual o ponta e central acabara por se destacar, tendo assinado uma época de juvenis com 166 golos.
E porque marcar golos é o seu forte, Tiago Figueiredo nunca deixou o andebol para trás, mesmo depois de ingressar no curso de Desporto. “O meu primo jogava pelos juniores do Benfica e decidi que queria tentar entrar na equipa”, relata. “O período de testes era de uma semana, mas o treinador chamou-me a meio da semana para me dizer que ia ser inscrito”, revela o andebolista, contando que a euforia foi enorme quando disse ao primo que iam jogar juntos. “Até lhe liguei a dizer que me tinham dispensado, mas não consegui disfarçar por mais do que alguns minutos”, nota, contando que o primo é o “grande amigo” na modalidade. “Quando vivi com ele chegámos a partir um vidro do quarto a jogar andebol com uma bola feita com… meias”, admite.
Após duas épocas nas águias surgiu o convite para ingressar por empréstimo no Boa-Hora, e na época de estreia na 1.ª Divisão anotou 20 golos, pelo que foi convidado a assinar em definitivo pelos lisboetas.
O miúdo “franzino”, que agora tem 1,83m, contabiliza 19 golos em 14 jornadas, mas o futuro prevê-se de magia. É que além de jogar andebol e ter um curso de assistente de fisioterapia, o jogador tem um outro sonho: a magia. “Gostava de participar no programa Got Talent, mas quero afinar a minha apresentação”, disse, acrescentando que nas viagens desportivas é ele quem anima os colegas.
Depois de Sérgio Sigismundo (Sporting), Inácio Carmo (ABC, Sporting, FC Porto e Benfica) e Vladimiro Pinto (Benfica, Sporting e Belenenses), Tiago Figueiredo tornou-se no quarto nazareno a jogar na 1.ª Divisão. Foi o concretizar de um dos dois sonhos que escreveu numa folha e afixou na parede, a conselho do pai, quando estava no 10.º ano e a família emigrou. O outro sonho é apresentar a sua magia. Mas antes disso, há um truque por realizar: o de alcançar o recorde pessoal de golos no convívio dos grandes… A folha, essa já está “gasta”, mas os desejos permanecem intactos. E ainda bem.