Quinta-feira, Abril 25, 2024
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Covid-19: Casamentos em suspenso

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Depois de meses em busca do vestido de noiva perfeito, a criar uma ementa memorável e a garantir que todos os detalhes estão assegurados para aquele que seria um dos dias mais importantes das suas vidas, eis que a pandemia da Covid-19 coloca todos os planos dos noivos em suspenso. Todos os que estavam prestes a dizer “sim” fazem agora contas à vida.

Para Sara Batalha, a 5 de setembro seria “o grande dia”. Com cerca de 200 convidados, de norte a sul do País e também do estrangeiro, esta seria a data em que as famílias de ambos os noivos estariam oficialmente unidas e que os avós da jovem nazarena teriam a felicidade de ver a neta entrar de branco na igreja. Mas, os planos tornaram-se cada vez mais inexequíveis logo após os primeiros alertas de infetados por Covid-19 em território nacional. “Ficámos reticentes face à viabilidade de avançar com os planos assim que surgiram as primeiras dezenas de infetados e à medida que o número de doentes foi aumentando, a nossa esperança de concretizar o evento foi diminuindo”, revela. Com a implementação do primeiro Estado de Emergência, Sara Batalha e Iúri Lucas tomaram a decisão de contactar a quinta, onde seria realizada a receção após a cerimónia religiosa. Mas, a alteração de planos fora mais desafiante do que o esperado. “Existem outros casais na mesma situação e por isso não tem sido fácil adiar. Teremos de aguardar o contacto da quinta, que na verdade não sabemos quando será feito porque a empresa está a contactar todos os casais por meses e esta é uma tarefa que leva o seu tempo”, esclarece. 

Realizar o casamento sem que estejam asseguradas todas as condições de segurança está fora de questão para a noiva, que pertence ao grupo de risco no que refere ao novo Coronavírus por ser asmática. Apesar do grande investimento que já foi feito na celebração, a jovem de 27 anos prefere “adiar o tempo necessário” para garantir que todos os convidados podem disfrutar tranquilamente da festa. “Quero que todos estejam felizes, sem receios e que seja um dia para recordar. Neste momento este cenário não seria possível por isso temos de adiar”, lamenta. Para a nazarena, o dia 5 de setembro seria também o dia em que iria viver com o marido, mas este será um plano que também terá de ser adiado devido à pandemia. 

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Uma semana depois do casamento de Sara Batalha, realizar-se-ia o casamento de Sara Lourenço. A alcobacense ainda não fez qualquer alteração nos seus planos e aguarda as diretrizes do Governo sobre os comportamentos a adotar nos próximos meses, assim como a evolução do número de infetados por Covid-19 nos meses que antecedem o matrimónio. “Estou tranquila e aguardo informações governamentais para decidir qual o próximo passo. Eu e o meu noivo temos um plano B, mas é importante analisar a conjetura nacional antes de tomar uma decisão”, considera. “Segurança” e “felicidade” são palavas de ordem no casamento de Sara Lourenço e António Vicente e, por isso, a noiva não coloca de lado a possibilidade de diminuir o número de convidados, se indicado pela Direção-Geral de Saúde, ou até mesmo adiar a cerimónia para 2021. “Nada disto é o idealizado, mas neste momento a saúde é o mais importante. Não queremos que nada ensombre este dia”, assegura a jovem de 31 anos. 

Além dos planos pessoais, a pandemia alterou também a agenda profissional de Sara Lourenço, que durante a época alta do setor dos casamentos costuma ter a agenda cheia de concertos. “Num período dito normal já teria cantado em cerca de seis casamentos, mas dada a situação atual ainda não fiz nenhuma atuação”, analisa a alcobacense, sublinhando que é preciso ser flexível e compreender que “esta é uma situação não esperada e que é necessário focar no que realmente importa”. 

Os sentimentos de incerteza e de ansiedade são partilhados pelos prestadores de serviços. Na Quinta da Valinha, sediada na Burinhosa, ainda não foram registados cancelamentos de eventos, sendo que os mesmos estão a ser adiados para duas datas: uma ainda este ano e outra em 2021. “Enquanto empresa temos de estar preparados para a impossibilidade de realizar eventos desta magnitude no presente ano. Todos queremos um milagre, mas acima de tudo está a segurança e por isso a alteração das datas é o mais viável”, explica a gestora de eventos da quinta. De acordo com Gilda Gaudêncio, os adiamentos podem implicar alterações nos orçamentos, mas todos estes detalhes estão a ser analisados com a devida precaução com os noivos. “Acreditamos que é importante estarmos atentos ao impacto emocional que estas alterações provocam nos noivos. Este é um evento muito planeado e desejado. Cabe aos profissionais transmitir algum conforto e esperança que tudo não passa de um percalço”, declara.

Em Alcobaça, as alterações de datas dos casamentos também têm sido um desafio para o Solar da Cerca do Mosteiro. Cerca de 80% dos clientes anuais são de origem estrangeira e dadas as restrições de tráfego aéreo devido à crise mundial, a agenda de 2020 ficou praticamente vazia… mas não por muito tempo. “Felizmente as desistências de clientes estrangeiros foram colmatadas por reservas de clientes portugueses. A agenda a partir do mês de agosto está bem composta e é um alívio”, afirma a proprietária. Mas, para garantir a segurança dos clientes, foram tomadas precauções como a limitação até 50 convidados e o cumprimento de todas as medidas de segurança impostas pela tutela. Os clientes foram informados que as “exigências” podem aumentar, após as indicações do Governo. “Todos os cuidados são poucos. Os nossos clientes entendem a necessidade destas medidas e nós não vamos facilitar”, nota Madalena Tavares. 

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