Motivada pelo desejo de “fazer algo útil” durante a quarentena, a beneditense Joana Gerardo aderiu ao projeto “Adota um Avô”, que tem como principal objetivo minorar os sentimentos de isolamento dos mais idosos em tempo de pandemia através do contacto telefónico.
Motivada pelo desejo de “fazer algo útil” durante a quarentena, a beneditense Joana Gerardo aderiu ao projeto “Adota um Avô”, que tem como principal objetivo minorar os sentimentos de isolamento dos mais idosos em tempo de pandemia através do contacto telefónico.
O projeto foi criado em Abrantes e foi levado à Benedita por Joana Gerardo. A estudante universitária revela que teve conhecimento da ação solidária através de uma amiga e que não hesitou em juntar-se à aventura. “Estava verdadeiramente aborrecida e precisava de integrar um projeto para sentir que estava a fazer algo de útil durante a quarentena. Comecei a pesquisar o conceito e fiquei rendida. Entrei logo em contacto com a Teresa Valente [criadora do projeto] para saber como podia aderir”, recorda.
Em parceria com a voluntária Isabel Lourenço, a jovem beneditense iniciou a procura de idosos e jovens dispostos a formar uma “família” na Benedita e a partilhar horas de conversa ao telefone. “O mote é simples: um idoso e um jovem são unidos para formar uma família. Eles devem criar a sua rotina de contactos, da forma que lhes for mais cómoda e a partir daí nasce uma cumplicidade e amizade”, resume. Os integrantes mais jovens da família devem ter idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos, não existindo uma idade mínima estabelecida para os seniores.
Os contactos devem ser realizados exclusivamente através de chamada telefónica, estando as visitas presenciais proibidas através de contrato de compromisso e os temas ficam ao critério dos participantes. “Podem falar do tempo, de medos, da telenovela… Fica ao critério de cada família, uma vez que este é um momento de convívio e deve ser o mais natural possível”, sublinha.
Na freguesia da Benedita estão já estabelecidas sete famílias, criadas através da solicitação de idosos, mas também por indicação de familiares ou vizinhos. “Eu tenho a responsabilidade de recrutar os mais jovens enquanto a Isabel Lourenço se dedica a identificar idosos, que possam ter interesse em aderir a este projeto. Mas há casos em que os filhos, preocupados com o isolamento dos pais, incentivam o contacto”, informa.
Para Joana Gerardo, o projeto revelou ser “um verdadeiro desafio” e uma experiência “única”. “Participar nesta iniciativa motivou o meu crescimento a nível pessoal e ultrapassou todas as expectativas. Já aprendi imensa coisa com a minha avó adotiva e confesso que o tempo em que estamos à conversa é um dos mais interessantes do meu dia”, assegura a jovem que permanece em casa desde o encerramento das universidades.
O plano é que o projeto social permaneça em funcionamento até ao final do isolamento, data em que a organização quer realizar um jantar de convívio para que as “famílias” se possam finalmente conhecer pessoalmente e abraçar.