Sábado, Dezembro 14, 2024
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Heróis da Luta contra a Covid-19: Rosa de Oliveira Pinto, jornalista

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Ninguém gosta de dar más notícias, mas nas últimas semanas essa tem sido a grande missão da alcobacense Rosa de Oliveira Pinto na SIC, no Jornal da Meia Noite e no Primeira Página. A jornalista e pivô trocou horários, criou novas rotinas e adaptou-se ao jornalismo televisivo em tempos de Covid-19.

Ninguém gosta de dar más notícias, mas nas últimas semanas essa tem sido a grande missão da alcobacense Rosa de Oliveira Pinto na SIC, no Jornal da Meia Noite e no Primeira Página. A jornalista e pivô trocou horários, criou novas rotinas e adaptou-se ao jornalismo televisivo em tempos de Covid-19.

“A grande maioria dos jornalistas está a trabalhar em teletrabalho, a produzir e a editar peças em casa, algo que nunca tinha acontecido na SIC. A equipa foi dividida em dois grupos, que trabalham em espelho, de forma a controlar o número de pessoas na redação e a prevenir o contágio”, explica a jornalista, que semana sim, semana não, é o rosto e a voz da informação entre a meia noite e as duas da manhã na estação. A caminho dos dois meses de novas rotinas, Rosa de Oliveira Pinto não teve um único convidado em estúdio, passando a entrevistar pessoas a partir do Skype.

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“Perdemos ritmo nas entrevistas, temos ‘delay’ no som, os planos são maus, o som falha… É todo um novo processo de trabalhar. Mas os jornalistas têm uma capacidade inacreditável de improviso e de adaptação”, assume a jornalista, que sendo pivô não deixa de passar pela maquilhagem e pelo cabeleireiro, mas agora com novas regras. “Cada pivô tem o seu kit de maquilhagem e passámos a ser penteados de luvas”, conta.

Consciente do “espírito de missão”, a jornalista admite que nunca como agora “a informação tem de ser cuidada e cuidadosa”. “É tudo novo para toda a gente, incluindo jornalistas. Por vezes estamos a desmentir informação que demos no dia anterior, não porque errámos, mas porque a informação que nos deram não estava correta”, admite o rosto da SIC, assumindo a “missão de informar melhor” e o combate a um dos principais aliados do novo coronavírus, a desinformação.

“Recebemos mais emails de telespectadores e há de tudo: os que dão os parabéns, os que fazem reparos, os que criticam (para o mal e para o bem) e os que são mesmo cruéis e nos insultam”, resume a “heroína da informação”. Também pelo facto de nunca se ter visto tanta televisão como agora, a jornalista não esconde que a “pressão é muito grande”. “Já tinha muito cuidado e passava muito tempo a preparar os jornais, mas agora ainda tenho e passo mais”, revela. 

Na semana que está em casa, tenta cumprir objetivos diários, seja descansar, cumprir o plano de exercício físico que o ginásio lhe enviou, ir ao supermercado, arrumar a casa, não andar de pijama ou ler… livros. “Nas primeiras semanas estava constantemente a ler notícias. Agora já me obriguei a ver só um jornal por dia, normalmente o da noite”, nota. As videochamadas, os parabéns à porta ou falar mais alto na rua para que os amigos e familiares a ouçam passaram a fazer parte do dia a dia. 

“Não tenho dúvidas de que este é um momento marcante para todos. Enquanto jornalista sinto que é um momento irrepetível”, atira a pivô, admitindo que não conseguiria “estar em casa sem fazer nada”. Mas, se estivesse em casa a ouvir a história do filho que tentou dar um último abraço ao pai, mas que estaria impedido de entrar no lar pelas restrições de visitas, tinha reagido da mesma forma. “Que resposta deu ao filho?”, perguntou a jornalista ao presidente da União das Misericórdias, ao que ele lhe respondeu: “Essa, não lha digo”, acabando, por fim, por repetir as palavras da entrevistadora: “há sempre direito a uma despedida”. “Foi de uma dureza tão grande que não consegui esconder a emoção em direto”, conta Rosa Oliveira Pinto, revelando ter sido o momento mais difícil que viveu em televisão. “A cidadã Rosa sobrepôs-se à jornalista Rosa. Tive de fazer uma pausa estratégica porque tinha os olhos cheios de lágrimas. Foi um murro no estômago”, admite. 

Anseia dar as notícias de que já existe uma vacina contra a Covid-19 e de que Donald Trump não foi reeleito. Sonha com o dia “em que tudo isto acabar” e puder abraçar a mãe e a avó, que está num lar em Pataias. As heroínas da nossa heroína.

Ilustração: Natacha Costa Pereira

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