Com vista privilegiada para o mar e com música tradicional portuguesa ambiente, a Carbel propõe uma viagem pelo artesanato de norte a sul do País. A loja, uma das casas de comércio mais emblemáticas da Nazaré, assinala este ano meio século de vida.
Com vista privilegiada para o mar e com música tradicional portuguesa ambiente, a Carbel propõe uma viagem pelo artesanato de norte a sul do País. A loja, uma das casas de comércio mais emblemáticas da Nazaré, assinala este ano meio século de vida.
Tudo começou com uma taberna, gerida pelos pais de Carlos Matias. “Entre 1953 e 1970 funcionava neste espaço uma taberna, gerida pelos meus pais”, conta o filho, que nos últimos anos toma as rédeas do negócio familiar com a mulher. Joaquim e Alice Vicente acabaram por fechar a taberna para ali abrir uma loja de produtos regionais, a que deram o nome de Carbel, em homenagem aos dois filhos: Carlos e Isabel.
“Naquela época havia muitas casas de artigos regionais, com as bonecas da Nazaré e aqueles artigos típicos e os clientes eram sempre muitos“, recorda o responsável. Com a aproximação de Carlos Vicente ao negócio dos pais, a Carbel começou a vender outros artigos.
“Para vendermos os produtos também precisamos de gostar deles e haver uma identificação com os nossos gostos”, justifica Carlos Vicente, que progressivamente foi aliando o tradicional ao contemporâneo.
Durante vários anos, mãe e filho trabalharam juntos na mesma loja, mas “dividida” em duas secções. “A minha mãe vendia os artigos regionais e eu geria a outra parte com outros produtos de artesanato, mas a loja era a mesma”, conta, entre risos. “Às vezes o cliente entrava e saía pela porta da secção de artesanato e voltava a entrar na secção da cerâmica a pensar que era outra loja“, acrescenta.
Desde os produtos da Bordalo Pinheiro, aos barcos da Nazaré, passando pelos presépios e Santos Antónios, na loja de artesanato, plantada na Marginal da Nazaré, só entram produtos exclusivamente portugueses. “Só comercializo peças do artesanato português, desde o tradicional ao contemporâneo”, sublinha Carlos Vicente.
A imagem de Nossa Senhora da Nazaré que foi entregue ao Papa Francisco, a propósito da candidatura da classificação do culto de Nossa Senhora da Nazaré a Património Imaterial e Cultural da Humanidade pela UNESCO, foi uma das “glórias” da casa, como diz. “A artesã só faz imagens de Nossa Senhora da Nazaré para esta casa.
E foi através de uma imagem pequena que tínhamos na loja que a autarquia nos solicitou três imagens maiores da Nossa Senhora da Nazaré”, conta o empresário, que vê nos artesãos e fornecedores a mais-valia da Carbel. “Muitos são amigos e família”, nota.
E desengane-se quem pensa que apenas por ali passam e param estrangeiros, são vários os portugueses e até locais que são clientes fiéis da Carbel. Sem folgas e a trabalhar das 10 à meia-noite, ganha o gosto pelo artesanato português e a janela através da qual vê o mar.