Pedro Sequeira, que iniciou no mês passado o segundo mandato como vice-presidente da Federação de Andebol de Portugal, tem despido, nos últimos dois anos, a “farda” de dirigente para ser adepto do Cister SA, clube onde joga o filho Gonçalo Sequeira.
Pedro Sequeira, que iniciou no mês passado o segundo mandato como vice-presidente da Federação de Andebol de Portugal, tem despido, nos últimos dois anos, a “farda” de dirigente para ser adepto do Cister SA, clube onde joga o filho Gonçalo Sequeira.
A família Sequeira reside em Nadadouro, no concelho de Caldas da Rainha, mas nas últimas duas épocas vai quatro vezes por semana a Alcobaça para o menino continuar a praticar o desporto de eleição. “O Gonçalo começou por jogar andebol, mas o encerramento do clube levou a que mudasse para o futebol da AE Óbidos para praticar desporto perto de casa”, conta Pedro Sequeira ao REGIÃO DE CISTER.
No entanto, a paixão do menino de 14 anos é o mesma que a dos pais, tendo-lhes pedido para ir praticar a modalidade para o Cister SA. “Disse-me que queria jogar andebol e o clube de Alcobaça foi a opção mais viável para nós”, afirma o dirigente que acompanha o filho em todos os treinos e jogos. “Semanalmente fazemos mais de 200 quilómetros só para ele continuar a jogar andebol, mas é algo que vamos continuar a fazer enquanto o Gonçalo quiser jogar andebol”, atira.
Como se separa o papel de pai e de vice-presidente? “Por vezes é muito complicado gerir porque as pessoas na bancada às vezes vêm ter comigo para falar de assuntos sobre a modalidade e ali sou apenas o pai de um jogador”, explica, acrescentando que em algumas ocasiões se inibe de fazer comentários com receio de que pensem que está a falar na qualidade de vice-presidente. “Há um Pedro Sequeira, pai do Gonçalo, e o Pedro Sequeira, vice-presidente”.
O também presidente da Confederação de Treinadores de Portugal. é peremptório: “deixaria de imediato o meu cargo na federação se sentisse que o meu filho estaria a ser prejudicado ou ajudado”.
Para o menino é mais fácil lidar com a situação. “Não sinto entre os colegas que sou privilegiado ou prejudicado por ser filho de quem sou”, confessa, relembrando, no entanto, que em alguns jogos os árbitos o associam ao pai. “É normal e consigo lidar bem com a situação”, desabafa.
Pedro Sequeira fez carreira desportiva no andebol, tendo sido jogador nas divisões nacionais e treinador durante três décadas, e a mãe do menino, Maria Assunção Sequeira, conta com 73 internacionalizações pela Seleção Nacional. Para o pequeno Gonçalo, a carreira dos pais não foi decisiva para a sua opção pelo andebol. “O facto de os meus pais terem um percurso no andebol facilitou a descoberta da modalidade, mas hoje jogo porque é uma modalidade que me dá mais gozo praticar”.
O futuro é uma incógnita, mas o menino quer continuar no andebol. E se “filho de peixe sabe nadar”, veremos se o pequeno Gonçalo não “rouba” o lugar do pai na Federação.