A história do espaço onde hoje funciona o “Frescos da Lena” remonta a 1982, quando os proprietários, emigrantes na Alemanha, decidiram regressar a Casal de Pardo, em Alfeizerão, para “começar de novo”. Hoje, o negócio é gerido pela filha, que durante a adolescência “fugia” do espaço sempre que possível, mas que agora pondera trabalhar além da reforma.
A história do espaço onde hoje funciona o “Frescos da Lena” remonta a 1982, quando os proprietários, emigrantes na Alemanha, decidiram regressar a Casal de Pardo, em Alfeizerão, para “começar de novo”. Hoje, o negócio é gerido pela filha, que durante a adolescência “fugia” do espaço sempre que possível, mas que agora pondera trabalhar além da reforma.
Depois de alguns anos a trabalhar na Alemanha, os pais de Helena Tinta decidiram rumar a Alfeizerão e adquirir uma pequena mercearia na Rua Manuel da Silva Carolino. “Tinha apenas 15 anos quando viemos para Alfeizerão. Surgiu a oportunidade e os meus pais compraram o espaço que já tinha muita história”, recorda.
Na época, trabalhar na loja era um “castigo” para a adolescente, que considerava trabalhar de borla “bastante desmotivante”. “Não tinha ordenado e já queria começar a ter alguma independência. Confesso que na época odiava trabalhar aqui, para tristeza dos meus pais”, graceja.
Assim que completou a maioridade, Helena Tinta deu início a um percurso profissional longe da alçada dos pais, mas a vida veio alterar os seus planos. “Anos mais tarde, quando os meus pais atingiram a idade da reforma, a minha situação profissional não era muito estável. Perante tal cenário decidi assumir as rédeas do negócio e dar-lhe um novo rumo”, conta. A atual gerente remodelou o espaço com o intuito de o tornar mais moderno e aliciante para fregueses de todas as idades. O espaço foi, então, rebatizado de “Frescos da Lena” por um cliente, mas continua a manter a tradição a que os habitantes da localidade foram habituados ao longo dos anos. “Esta é a única mercearia nesta zona, a outra está a alguns quilómetros de distância, em Alfeizerão. Ou seja, o espaço é importante para a população mais idosa que não tem tanta facilidade em deslocar-se”, explica a comerciante.
E quem visita o espaço não procura apenas produtos para encher a despensa. “Há sempre uma conversa, um conselho ou uma palavra amiga. Aqui, a maioria dos clientes é tratada pelo nome e a lista de compras já é bem conhecida”, assegura. A cliente “mais antiga” dos Frescos da Lena tem 96 anos e, assegura Lena, “sempre que entra pela porta é uma alegria”.
O que no início foi uma obrigação transformou-se numa verdadeira paixão. Para Helena Tinta gerir o espaço é hoje um “verdadeiro prazer” e para trás ficou a “aversão” ao espaço. “Sou muito feliz aqui. Quem diria… Não é fácil, mas contribui para a minha felicidade abrir as portas diariamente. Quem sabe se não mantenho esta rotina depois da reforma”, remata.