A família Reis ficou desalojada na sequência de um incêndio habitacional, que deflagrou no passado dia 3 de dezembro em Valado de Santa Quitéria, na freguesia de Alfeizerão. O incidente deu origem a uma onda de solidariedade que “superou todas as expectativas”.
A família Reis ficou desalojada na sequência de um incêndio habitacional, que deflagrou no passado dia 3 de dezembro em Valado de Santa Quitéria, na freguesia de Alfeizerão. O incidente deu origem a uma onda de solidariedade que “superou todas as expectativas”.
De acordo com o comandante dos Bombeiros de São Martinho do Porto, o alerta foi dado pelas 21 horas por uma vizinha. “À chegada ao local, os elementos da corporação depararam-se com uma situação verdadeiramente dramática. As chamas já tinham consumido quase todo o interior da habitação e foi necessário um ataque defensivo”, conta João Bonifácio ao REGIÃO DE CISTER. No local estiveram sete viaturas, acompanhadas de 21 bombeiros, que só abandonaram o local após quatro horas de “trabalho intenso”.
A família tinha abandonado a habitação horas antes para celebrar o aniversário da filha mais velha em Caldas da Rainha. “Tínhamos começado a refeição há poucos minutos quando a vizinha ligou a relatar a situação. Saímos do restaurante numa correria e quando cheguei a casa fiquei em choque com o cenário”, relata Pedro Reis. “Ainda tentei pegar na mangueira para ajudar, mas não havia nada a fazer. Vi o trabalho de uma vida arder diante dos meus olhos”, desabafa.
Além da casa e do recheio, dois carros ficaram destruídos. “Um deles era o meu transporte de trabalho… basicamente ficámos sem nada”, acrescenta o homem de 52 anos.
O incidente não deixou ninguém indiferente e em poucos dias foi criada uma campanha de solidariedade que surpreendeu a família. Foi cedida uma habitação na freguesia de São Gregório, no concelho das Caldas da Rainha, e uma viatura. “Felizmente alguns amigos tinham uma casa e um carro disponível. Não pensaram duas vezes em ceder os bens e é a prova de que valores como a solidariedade e a amizade ainda existem na nossa sociedade”, salienta o carpinteiro.
A nível de bens essenciais e de equipamentos para a habitação, Pedro Reis afirma estar “mais tranquilo” devido ao “apoio incrível” que recebeu da comunidade. “Fico de coração cheio ao falar deste apoio. As pessoas não olharam a meios para ajudar e, felizmente, já temos roupas, equipamentos eletrónicos essenciais para a casa e alimentação. Desde o primeiro momento que as pessoas fizeram de tudo para não nos deixar desamparados”, agradece. Nas redes sociais decorrem também angariações de bens em diferentes grupos espalhados um pouco por todo o País. “Quero tranquilizar as pessoas e dizer que não estamos a passar necessidades. Sei que existem outras pessoas para ajudar e agradeço o esforço feito até aqui”, declara.
Para fazer face às restantes despesas, a Junta criou também uma conta solidária (PT50 0045 5022 403338870976 4). “O valor angariado pretende ajudar a família a reerguer-se após um episódio traumático num ano, por si só, já tão penoso”, informa o presidente de Junta de Alfeizerão, Leonel Ribeiro. Por sua vez, a Câmara já fez saber que a Ação Social está “a acompanhar a situação e vai continuar a fazê-lo nos próximos meses com vista a apoiar as necessidades desta família”, nota a vereadora.