Segundo a última operação “Censos Sénior” dinamizada pela GNR, no concelho de Alcobaça existem 106 idosos a viver em isolamento ou sozinhos. Têm problemas de saúde, reformas baixas, solidão e condições de vida precárias. Falta o conforto da palavra amiga e breves minutos de conversa sobre as banalidades do quotidiano. Foi com o objetivo de modificar este panorama que surgiu o projeto “Velhos Amigos”, que convoca a comunidade civil a dar a mão a quem mais precisa.
Segundo a última operação “Censos Sénior” dinamizada pela GNR, no concelho de Alcobaça existem 106 idosos a viver em isolamento ou sozinhos. Têm problemas de saúde, reformas baixas, solidão e condições de vida precárias. Falta o conforto da palavra amiga e breves minutos de conversa sobre as banalidades do quotidiano. Foi com o objetivo de modificar este panorama que surgiu o projeto “Velhos Amigos”, que convoca a comunidade civil a dar a mão a quem mais precisa.
A iniciativa, coordenada em Alcobaça por Sílvia Marquês, apoia idosos em situação de isolamento social e carência económica. Promovido pela ATLAS – People Like Us, o projeto arrancou no concelho no passado mês de dezembro e conta com uma equipa de oito voluntários, dois idosos sinalizados pela Santa Casa da Misericórdia do Vimeiro e dois restaurantes solidários, O Vieira e a Churrasqueira Caldeira, ambos na Benedita.
“É um projeto que consiste em parceiras com IPSS, empresas, particulares e grupos de solidariedade. Uma união de forças ajudar quem mais precisa”, esclarece a coordenadora, que é voluntária há vários anos no mesmo projeto dinamizado em Leiria.
Todos os sábados, pelas 12 horas, até à data, os voluntários recolhem as refeições doadas e deslocam-se às habitações de “Manuel”e de “Maria”, nomes fictícios, ambas no Vimeiro. No passado sábado, a missão ficou a cargo de Zé Maria e de Joana, estudantes universitários que se juntaram à iniciativa com o desejo de apoiar quem precisa. “É bom ajudar estes idosos que necessitam de apoio. São poucas horas, mas fazem a diferença”, conta o jovem ao REGIÃO DE CISTER.
Quando a equipa chegou ao primeiro destino, já “Manuel” estava na rua. Não escondeu a satisfação ao ver chegar os rostos já conhecidos e aproveitou para partilhar algumas peripécias da vida com os voluntários. No decorrer da conversa, o idoso pediu um gorro de lã “para ajudar a aquecer as orelhas” e combater o frio que sente dentro da sua habitação isolada e com várias fragilidades. Graças a entidades parceiras, ao longo das últimas semanas foi possível dar resposta a outros apelos de idoso e entregar mantas, casacos e pantufas.
A viagem prossegue, rumo à casa de “Maria”. Antes da intervenção do grupo solidário, a habitação não tinha sistema elétrico nem água quente canalizada. “Era uma situação muito precária e necessitava de uma intervenção urgente”, recorda a coordenadora da equipa. “Será colocado um painel sandwich para isolar a habitação e diminuir o frio. A casa é antiga e o frio é muito intenso”, conta a beneditense Sílvia Marquês.
Simpatia é a palavra escolhida para descrever a idosa com que a equipa teve facilidade em criar uma amizade.
A entrega da refeição é também um momento de convívio com os idosos e permite averiguar outras necessidades que os idosos tendem a ocultar com receio de “estar a incomodar”.
Duas horas depois, a entrega das refeições está concluída, mas a missão do grupo vai mais além. Durante a semana a equipa técnica, se necessário, faz o acompanhamento psicossocial e procura dar resposta às necessidades identificadas.
Atualmente, o projeto tem mais voluntários que apoiados devido a uma parceria estabelecida com o CRP Ribafria, que convida jovens atletas a participar da iniciativa. A coordenação antecipa que com o estabilizar da situação pandémica as instituições terão mais tempo para identificar mais idosos a necessitar de apoio. “Felizmente, voluntários não nos faltam e queremos pôr mãos à obra”, conclui Sílvia Marquês, para quem um sábado feliz é passado a visitar “velhos amigos”.