O lixo (e a forma como nos livramos dele) continua a ser um dos maiores problemas ambientais do planeta, dado que apenas 40% dos resíduos são encaminhados para fluxos de preparação para a reutilização e reciclagem.
O lixo (e a forma como nos livramos dele) continua a ser um dos maiores problemas ambientais do planeta, dado que apenas 40% dos resíduos são encaminhados para fluxos de preparação para a reutilização e reciclagem. Combater este paradigma é o lema do Centro Escolar de Alcobaça, que tem como missão preparar as crianças para um futuro sustentável e que alcançou recentemente o 4.º lugar a nível nacional num desafio ambiental.
Ser uma “escola verde” foi desde cedo uma das preocupações do Centro Escolar de Alcobaça. Assim, o programa Eco-Escolas foi uma das primeiras atividades à qual a instituição aderiu. “Abrimos portas em 2011 e desde logo sabíamos que a sustentabilidade e o contributo para um planeta mais saudável deviam ser algumas das nossas bandeiras”, recorda a coordenadora do Centro Escolar de Alcobaça. A instalação de recipientes destinados à recolha de materiais recicláveis e resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, assim como a promoção do debate sobre a importância da mudança de mentalidades foram os primeiros passos daquela comunidade educativa.
Numa primeira fase, a mensagem chegou a 14 turmas, do ensino pré-escolar ao 4.º ano, num total de 312 alunos. Todavia, as atividades e desafios sustentáveis do Centro Escolar de Alcobaça foram alargados ao contributo das famílias e de vários elementos da comunidade. “É caso para dizer que as crianças educam os pais. Os mais pequenos absorvem o máximo de informação na escola e partilham com as famílias em casa”, afirma Estrela Soares. Foi, inclusive, graças ao apoio dos encarregados de educação, empresas locais e elementos da comunidade que o Centro Escolar alcançou o top distrital e o 4.º lugar a nível nacional da 12.ª edição do desafio Geração Depositrão. A instituição de ensino recolheu 12 toneladas de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos no ano letivo de 2019/2020. “É um tema que capta a atenção das nossas crianças porque todos os anos realizamos atividades de campo, por exemplo visitas às grutas do Carvalhal ou à foz do rio, e encontramos eletrodomésticos abandonados”, explica a docente.
Para Estrela Soares, esta é uma missão que envolve todas as gerações dentro e fora da escola. “Alguns funcionários trouxeram recipientes para a colocação de restos de alimentos e posterior compostagem e os alunos mais velhos são muito atentos aos erros dos mais pequenos. É engraçado ver os alunos do 4.º ano a recordarem aos mais novos o local correto para a colocação do ‘lixo’”, conta.
De acordo com a entidade responsável pelo programa Eco-Escolas, a reciclagem nas escolas nunca alcançou valores tão elevados. E além do trabalho das escolas é preciso sublinhar também o impacto nas diferentes faixas etárias da comunidade. “Estamos a preparar os adultos do futuro, mas também os do presente, promovendo uma ação imediata”, conclui Estrela Soares.