Hoje a poesia veio ter comigo em forma de notícia e não poema. Um de nós, um dos da nossa terra, está nos comandos do mais belo e rico Teatro Nacional: o São Carlos
Susana Santos
Como nos versos de Vergílio Ferreira, veio ter comigo hoje a poesia. Veio desde a juventude, como também no caso dele. Vem de longe, portanto, porque de longe vem a minha vontade de acreditar que é possível fazer nascer poesia mesmo no meio do negrume, esperança no meio da névoa e novos castelos em pleno inverno. Que o mesmo é dizer, pode vir tarde, mas virá sempre a redenção e o reconhecimento nas nossas vidas.
Hoje a poesia veio ter comigo em forma de notícia e não poema. Um de nós, um dos da nossa terra, está nos comandos do mais belo e rico Teatro Nacional: o São Carlos.
Em pleno coração da nossa capital, o São Carlos tem sido palco das récitas mais inolvidáveis e das pateadas mais humilhantes. A ele se referem Eça e Camilo. Por ali passaram todas as gerações e todos os génios e também os Conselheiros Acácios desta vida. Ali se ouve Wagner e Lopes-Graça, por ali desfilam as plumas de Mozart e os narizes de Shostakóvich. O que ali acontece é sempre uma metáfora do que somos.
Pois bem, depois de ter elevado a vida cultural da nossa terra nos últimos anos, depois de ter fundado e dirigido a Academia de Música e de ter assegurado a continuidade deste mesmo jornal, o Rui Morais foi chamado, não por razões políticas, mas por mérito e reconhecimento do seu talento, à Administração do outro grande Palco de todos nós.
Parabéns Rui Morais.
Que grande melodia!