Domingo, Junho 11, 2023
Domingo, Junho 11, 2023

Equipas de Intervenção Permanente são “porto de abrigo” da população

Data:

Partilhar artigo:

Estava em risco a vida de uma pessoa. Um incêndio tinha deflagrado na habitação onde residia e só a rápida e, acima de tudo, assertiva intervenção dos bombeiros poderia salvar esta mulher. Salvamento urbano em contexto de incêndio urbano. Foi este o exercício realizado pela Equipa de Intervenção Permanente (EIP) dos Bombeiros de Alcobaça que o REGIÃO DE CISTER acompanhou a par e passo. Durante cerca de duas horas, vivemos uma experiência arrebatadora. Tudo porque, na ocasião, pudemos comprovar a importância que (realmente) têm os soldados da paz na vida de todos. Porque eles são (efetivamente) um porto seguro para os momentos de maior aflição.

Este conteúdo é apenas para assinantes

Por favor, assine ou entre na sua conta para desbloquear este conteúdo.

A entrada na residência foi feita por uma janela. As chamas ainda não tinham chegado à divisão onde a vítima se encontrava. Ainda assim, todo o cuidado era pouco. Mesmo que, tal como diz o adágio popular, a pressa seja inimiga da perfeição, a verdade é que nesta situação (e em tantas outras), é a pronta intervenção dos bombeiros que pode evitar um cenário de tragédia. Foi o caso. Felizmente.

A EIP dos Bombeiros de Alcobaça desencadeou uma operação musculada e minuciosa. Depois de consumada a entrada pela janela, seguiu-se o pronto auxílio à vítima. Que estava prostrada no chão. Teria eventuais lesões nos membros inferiores, algo que viria a obrigar a um cuidado extremo durante a sua imobilização. Que foi feita com sucesso.

Seguiu-se o seu transporte, já de maca, por “via aérea” (ver foto abaixo), para o exterior da habitação. O salvamento estava a correr na perfeição. Sob a voz do adjunto do Comando, os operacionais no terreno desempenhavam as suas funções de forma categórica. Rui Jorge coordenava todos os movimentos, desde o manobrador da autoescada, aos elementos que tinham entrado na habitação para salvar a vítima, sem esquecer, claro, os operacionais que no exterior tratavam de todos os pormenores inerentes ao resgate da acidentada.

Região de Cister - Assine Já!

Passados cerca de 120 minutos, chegava o momento mais ansiado: a operação tinha sido um sucesso. Foram duas horas de astúcia dos elementos da EIP dos Bombeiros de Alcobaça e que redundaram numa missão bem-sucedida (mais uma…).

“As Equipas de Intervenção Permanente são uma grande mais-valia para todo o concelho de Alcobaça. No nosso caso, temos duas EIP já criadas, sendo que a terceira vem a caminho. Esperemos que ainda possa ser uma realidade este ano. As EIP permitem colmatar uma lacuna durante o período laboral, uma vez que o socorro não pode depender apenas de voluntários. Todos os elementos das EIP são profissionais, mesmo continuando a ser voluntários e a cumprirem todas as obrigações de um bombeiro”, relata Rui Jorge, adjunto do Comando dos Bombeiros de Alcobaça ao REGIÃO DE CISTER.

No fundo, todo o trabalho realizado pelos operacionais que fazem parte das EIP é preparado ao mais ínfimo detalhe para o contexto real. Para isso, os soldados da paz que pretendam incorporar estas equipas têm de obedecer a requisitos obrigatórios e realizar várias provas de seleção. “Além da escolaridade obrigatória e da robustez física e psíquica, têm de ser bombeiros no ativo há pelo menos dois anos. Depois disso, têm de ter também formações obrigatórias, como por exemplo, socorrismo, combate a incêndios urbanos e florestais, intervenção em acidentes (socorro e desencarceramento), bem como carta habilitada para condução de veículos prioritários. A fase do concurso, que é um processo feito pela Associação Humanitária dos Bombeiros de Alcobaça, envolve uma prova teórica e uma prova física”, explica Rui Jorge.
A primeira EIP dos Bombeiros de Alcobaça foi formada a 1 de maio de 2009. Já este ano, mais concretamente a 16 de maio, foi constituída a segunda EIP. Ambas têm cinco elementos cada. Os bombeiros que delas fazem parte são totalmente profissionais, sendo os vencimentos suportados em metades iguais pela Câmara de Alcobaça e pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. Tudo o resto que comporta a formação dos soldados da paz é suportado pela Associação Humanitária dos Bombeiros de Alcobaça. Falamos, a título de exemplo, de todas as ações de formação, bem como dos equipamentos. “Temos um plano de trabalho diário, que envolve treinos e um conjunto de atividades em que os elementos são chamados a intervir. Como é o caso do trabalho de manutenção do quartel, por exemplo. Estamos a falar de operacionais polivalentes no terreno”, acrescenta o adjunto do comando.

Os Bombeiros de Alcobaça estão também dotados de vários meios para a melhor resposta às necessidades da população: cinco ambulâncias de socorro, quatro veículos florestais de combate a incêndio, um veículo de desencarceramento, um veículo urbano de combate a incêndio, um veículo especial de combate a incêndio, um veículo-escada, um veículo tanque tático urbano (9 mil litros), um veículo de apoio logístico (15 mil litros), dois veículos ligeiros de combate a incêndio, um veículo de comando de operações táticas e um veículo tático de transporte de pessoal.

Todos os elementos das EIP têm formação específica para operarem com estes veículos. Os treinos para o efeito são feitos em cenários completamente reais, uma vez que são passíveis de acontecer em qualquer situação: incêndios, acidentes de viação, salvamento de animais, aberturas de portas com socorro, limpezas de pavimentos, transporte hospitalar de doentes urgentes. Em qualquer um destes momentos, os soldados da paz estão prontos a agir. Trabalhando em equipa, com disciplina e profissionalismo. Sempre com o socorro das populações como prioridade.

O corpo dos Bombeiros de Alcobaça é composto, atualmente, por 77 operacionais, sendo que cerca de 40% são profissionais. Mas uma vez que todos são poucos na ajuda ao próximo, a corporação tem sempre as portas abertas ao voluntariado. “Estamos sempre em fase de recrutamento. O nosso trabalho é contínuo e todos contamos para as missões de socorro”, resume Rui Jorge. “Vida por vida”. O lema dos bombeiros não poderia ser mais esclarecedor. Eles são preciosos! A população agradece.

AD Footer

Artigos Relacionados

João Lucas recordado na casa onde tudo começou

João Lucas, médio que deixou uma marca indelével no Ginásio, foi homenageado pelo clube onte tudo começou, no...

“Café Kanimambo” é o novo romance de Fernando Ribeiro

“Café Kanimambo” é o título do segundo romance de Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, que se estreou na...

Cistermúsica celebra a música no feminino na 31.ª edição

“Música no Feminino” é o tema central da 31.ª edição do Festival de Música de Alcobaça que arranca...

Mosteiro de Alcobaça associa-se a coleção de cerâmica criada com sons

As peças de cerâmica da coleção “Mosteiro”, que se distinguem por terem sido moldadas através da voz de...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!