Portugal tinha acabado de aderir à União Europeia quando abriu portas o Café Miné, na principal avenida de Pataias. Foi em 1986 que Dolores Encarnação Cruz inaugurou o estabelecimento comercial, que recebeu como nome a alcunha com que carinhosamente o filho é tratado pelos pataienses – Miné.
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Nas mãos da família Cruz Rodrigues durante mais de uma década, o café do atual presidente da Câmara tem mais anos com Paulo Ferreira à frente do negócio.
Corria o ano de 1998 quando Paulista, como é conhecido na terra, à época com 23 anos, assumiu o desafio de explorar o café, uma possibilidade que tinha surgido em conversa com o amigo Miné. Paulo é natural de Leiria, mas é pataiense de adoção, já que vive em Pataias desde 1979, quando tinha apenas 4 anos. A amizade com Hermínio Rodrigues remonta a essa época.
No ano que agora vai começar assinalam-se 25 anos desde que Paulista assumiu o negócio. Situado em frente ao Largo do Cruzeiro, o Café Miné tinha pouca concorrência no final da década de 1990. “Aqui à volta não havia mais cafés”, recorda Paulo Ferreira, que reconhece a grande afluência ao estabelecimento naquela época. “Ninguém tinha máquina de café em casa em 1998”, constata o empresário.
Além do café, o espaço era procurado pela pastelaria e pela sala de jogos, que atraía os amantes de cerveja. “Sempre houve diferentes clientes: os da manhã, que vêm tomar o pequeno almoço, os que tomam café depois do almoço e os que vêm ao final do dia pela imperial”, ex- plica Paulo Ferreira, que tem espaços distintos para o café e para a cervejaria, que funciona noutra sala e inclui um espaço fechado para fumadores. “Te- mos dois picos: entre as 8:30 e as 10 horas e ao final do dia”, resume o comerciante.
Nos primeiros anos, o café funcionava apenas com Paulo Ferreira e a ajuda pontual daquela que viria a ser sua mulher. Atualmente, o empresário conta com dois funcionários.
No início do milénio, o Café Miné estendeu o seu serviço para uma esplanada no Largo do Cruzeiro, onde foi criado um quiosque de apoio. “Esteve aberto cerca de cinco anos e trabalhou sempre bem. O problema é que o local é muito ventoso”, resume Paulo Ferreira.
Em quase um quarto de século, a pandemia foi a fase mais difícil que o empresário – que há 15 anos se divide entre aquele negócio e o restaurante Mar D’Ouro, que explora na Pedra do Ouro – enfrentou, à semelhança do que sucedeu com tantos outros negócios similares. Atualmente, o espaço comercial com capacidade para 66 pessoas continua com os clientes fiéis dos pequenos almoços e, ao final da tarde, os dos petiscos e da imperial.