Sábado, Junho 3, 2023
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Alcobaça entre concelhos com mais casos de abusos na Igreja

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Alcobaça é o concelho do distrito de Leiria onde residem mais vítimas de abusos sexuais de menores por membros da Igreja Católica de Portugal. A informação consta no estudo recentemente divulgado pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica.

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De acordo com os dados agora conhecidos, são oito as pessoas que foram vítimas destes abusos e que residem no concelho de Alcobaça, número que dá ao concelho o “fardo” de estar no topo do distrito de Leiria – seguem-se Leiria (7), Pombal (4), Caldas da Rainha (2) e Batalha e Óbidos (1).

Além disso, contabilizam-se sete casos de situações de abuso no concelho de Alcobaça, um número que no distrito só é ultrapassado pelo concelho de Leiria (9). De acordo com o documento, Leiria é, aliás, um dos cinco distritos com maior número de registos (23).

O trabalho resulta de um estudo feito durante um ano, sobre os abusos sexuais de menores na Igreja Católica Portuguesa. Dos 564 testemunhos recebidos ao longo de 2022, foram validados 512 e calculado um número mínimo de vítimas na ordem das 4.815.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa, da qual faz parte o nazareno Álvaro Laborinho Lúcio, foi criada após um convite feito por D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), a Pedro Strecht, coordenador do projeto. A equipa multidisciplinar definiu como objetivo o estudo dos abusos sexuais de crianças por membros e/ou colaboradores da Igreja, entre 1950 e 2022, “para um melhor conhecimento do passado e adequada ação preventiva e de intervenção futura”, como pode ler-se no relatório sobre esta matéria.

No trabalho dado a conhecer, constata-se que as décadas de 1960, 1970 e 1980 terão sido aquelas em que ocorreu o maior número de abusos, sendo que, além dos que foram relatados pelas vítimas, muitos outros terão ficado por identificar. A razão, segundo Pedro Strecht, prende-se com o facto de “nos arquivos diocesanos ter sido identificada uma ambiguidade que carateriza uma parte significativa da correspondência eclesiástica do século XX, sendo frequente que o problema dos abusos sexuais não ser referido explicitamente”.

O estudo refere, ainda, que as vítimas eram, à data, alunos do ensino básico, tendo a idade comum sido considerada em 11,2 anos. A maioria das vítimas são homens (47,2%), sendo que a média de idades atual dos abusados rondará os 52 anos. No entanto, e segundo os 512 testemunhos validados – 25 deles foram enviados para o Ministério Público -, 53% continuam a afirmar que são católicos, ao que acresce que 25,8% são católicos praticantes. No seguimento da análise dos dados, constata-se que “os homens terão sofrido, principalmente, sexo anal, manipulação de órgãos sexuais e masturbação”, ao passo que “as mulheres sofreram insinuação”. A maior parte dos abusos decorreu em seminários (23%), sendo que, no que diz respeito aos abusadores, 97% eram homens e 77% desempenhavam as funções de padre.
A CEP vai analisar os dados para tomar medidas.

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