Servir e cuidar do próximo e ajudar aqueles que mais precisam é o lema da Associação Serviço e Socorro Voluntário de São Jorge (ASSV São Jorge) há mais de 35 anos. Foi com esse mesmo propósito que um grupo de 30 voluntários, oriundos de norte a sul do País, partiu, no passado sábado, em dez viaturas, rumo ao continente africano, mais precisamente à Guiné-Bissau, no âmbito do projeto “Trilhos de uma África Negra”.
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O objetivo é chegar à população local e doar material hospitalar e escolar, sementes agrícolas, leite em pó, assim como as próprias viaturas de transporte utilizadas para a realização da viagem.
“Trabalhamos em parceria com a Fundação João XXIII que ajuda a identificar as instituições e os povos que necessitam de mais apoio”, avança, em declarações ao REGIÃO DE CISTER, Rita Cerejo, membro do grupo de voluntários.
A Missão Humanitária Guiné 2023 realiza-se até ao próximo dia 29 e termina com a chegada a Bissau. O percurso decorre ao longo de nove dias e, já em território guineense, a caravana vai percorrer cerca de mil quilómetros, estando previstas algumas paragens para doação dos bens e para a prestação de auxílio às populações. A intenção do grupo é chegar às comunidades mais afastadas de Bissau.
O financiamento desta missão é suportado pelos voluntários e por doações realizadas por particulares e empresas. Aqueles que se quiserem juntar a esta causa, poderão contribuir com donativos através do site da instituição da freguesia da Calvaria de Cima (www.assvsaojorge.com).
As missões em África da Associação Serviço e Socorro Voluntário de São Jorge tiveram início no ano de 2013, depois de um grupo de amigos ter reunido sete viaturas e 16 voluntários predispostos a atravessar o continente africano para levar ajuda até ao povo da Guiné Bissau.
No ano seguinte, o projeto cresceu e pela primeira vez foi levada uma ambulância, cedida pela Associação de Socorros Voluntários da Cela de Alcobaça, e também outras dez viaturas com maior capacidade de carga. A missão de 2016 foi especialmente marcante para os voluntários uma vez que nesse ano foram doadas seis veículos de transporte de doentes. Foi também em 2016 que foi fundada a Granja Agrícola, um projeto no qual hoje trabalham atualmente 68 mulheres e que procura semear com o objetivo de gerar alimentos, mas também produção excedentária.
“Voltamos destas experiências com sentimentos ambíguos. Por um lado com o sentido de missão cumprida pela diferença que fazemos na vida das pessoas, mas, por outro, com a sensação de que ficou ainda muito por fazer, dada a pobreza extrema daquele país”, sublinha Rita Cerejo.
Em 202o, a missão foi adiada por não estarem reunidas as condições sanitárias para a sua realização, devido à crise pandémica.