Sem médico de família há vários meses, a população do Alqueidão da Serra pede soluções urgentes para a melhoria das condições de vida. A (falta) de cuidados de saúde primários voltou a estar em discussão na última reunião do executivo municipal, que decorreu naquela freguesia do concelho de Porto de Mós, no passado dia 4, mas o problema parece não ter ainda fim à vista.
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“Estão em causa as crianças, os idosos e as pessoas com doença crónica que necessitam de cuidados”, sublinhou, na ocasião, Patrícia Santos. “O Município, antecipando toda esta situação que estamos a viver, tentou atenuar o problema com a atribuição de um seguro de saúde que permite às pessoas terem acesso a alguns cuidados de saúde a preços mais acessíveis. Mas e as baixas, a medicação crónica, os exames complementares de diagnóstico e as consultas de acompanhamento?”, questionou a munícipe à Câmara de Porto de Mós.
Em resposta a Patrícia Santos e a outros residentes do Alqueidão que pediram soluções para a saúde, o presidente da Câmara lembrou que a falta de médicos é uma realidade do Serviço Nacional de Saúde e que o Município se encontra a desenvolver um trabalho na “tentativa de captação de recém-licenciados”. “Não vamos deixar de lutar pela melhoria das condições da população”, sublinhou Jorge Vala. “Não gerimos a saúde. Se estivesse nas nossas mãos, teríamos respostas”, acrescentou ainda.
Em discussão esteve também a possibilidade de constituição de uma nova Unidade de Saúde Familiar a partir do Centro de Saúde de Porto de Mós com um polo em Serro Ventoso e outro em Mira de Aire, que implicaria o encerramento das extensões de saúde de São Bento, de Alqueidão da Serra e de Arrimal e Mendiga e que prevê a instalação de balcões de saúde 24.
“O Município de Porto de Mós votará determinantemente contra esta possibilidade”, revelou Jorge Vala. Numa carta dirigida ao secretário-geral do Ministério da Saúde, que foi lida na ocasião pelo social-democrata, é referido que o Município considera que a proposta apresentada para a criação da Unidade de Saúde Familiar “não responde às reais necessidades da população da área de influência da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Porto de Mós”.
“O concelho caracteriza-se por ter uma grande dispersão geográfica, uma baixa densidade, uma elevada percentagem de pensionistas, uma taxa de envelhecimento superior à média nacional, com um índice de dependência de cerca de 60%, fraca mobilidade e por ter um dos menores poderes de compra da área de influência da Unidade Local de Saúde da região de Leiria”, defende o presidente da Câmara de Porto de Mós. Na nota enviada à secretaria-geral do Ministério da Saúde, a autarquia refere ainda que “a compensação através da instalação de balcões de saúde 24 não se coaduna com a população em referência e referenciada”.
Contra a criação de uma nova Unidade de Saúde Familiar no concelho, o Município de Porto de Mós aponta como solução a construção de uma unidade de saúde em Arrimal e Mendiga e em Alqueidão da Serra.