A velhinha capela de Nossa Senhora da Vitória, nas Paredes, vai ser palco de um ciclo de concertos de música clássica, uma iniciativa inédita naquele que é o mais antigo património edificado da União de Freguesias de Pataias e Martingança. Dias 17, 24 e 31 de agosto são as datas a apontar no calendário.
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O projeto “Paredes à Capela” é de Ricardo de Morais Martins, músico e professor de guitarra, com grau de mestre em Ensino da Música, atualmente a exercer na Academia de Música de Alcobaça. O diretor artístico cativou os apoios da Junta e da Paróquia de Pataias e os patrocínios monetários de empresas da região de Leiria.
“O principal objetivo é a valorização do património edificado, natural e cultural, através da realização de atividades artísticas no local”, explica o promotor em declarações ao REGIÃO DE CISTER.
O ciclo de concertos é também uma forma de criar alternativas e “diversificar a oferta cultural durante o período de verão, nomeadamente o mês de agosto quando há uma maior afluência a esta localidade, tanto de locais como de estrangeiros”, esclarece Ricardo Martins, que lembra que a centenária capela, do século XIII, “é um espaço pouco utilizado para este efeito e que passa despercebido a muitos dos que visitam a localidade”.
As intenções do diretor artístico vão mais longe. “É um evento único que visa promover a música e, no futuro, outro tipo de artes, bem como fornecer uma plataforma para talentosos músicos locais e regionais se apresentarem”, complementa o músico, que quer “oferecer uma série de concertos de alta qualidade e atrair um público diversificado”, de forma a criar “uma experiência cultural enriquecedora para a comunidade”.
O mentor do projeto, que sublinha que o evento foi pensado para “agradar a toda a população, para chegar a várias faixas etárias”, está confiante no sucesso da iniciativa.
A primeira edição do “Paredes à Capela” é dedicada ao património, enquanto espaço físico. A Capela vai acolher três concertos, de 45 a 60 minutos. O primeiro, no dia 17, por Ricardo Alves Pereira no alaúde (instrumento de cordas) versa sobre a música medieval da península ibérica. A 24 há carta branca a Lúcia Lourenço, na flauta transversal, e a 31 carta branca a Nuno de Vasconcelos, no violino.
Premiado enquanto instrumentista, Ricardo Morais tem influências nos instrumentistas e compositores de música clássica para guitarra. Leciona desde 2005 e é professor na Academia de Música de Alcobaça desde 2007.
Mantém o duo com Luís Marques (guitarra portuguesa), sendo que os dois músicos já atuam juntos desde 2012, com performances integradas em diversos eventos. Em setembro vão produzir e realizar o seu próprio espetáculo, na Biblioteca de Alcobaça, que será gravado em vídeo, com o convidado especial Filipe de Moura.
Também se dedica ao cavaquinho ou ao bandolim, tendo já participado na gravação de um CD com a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins e em dezenas de concertos pelo país, incluindo uma transmissão na RTP Madeira.
Foi fundador de diversos projetos com outros músicos de Alcobaça, de onde se podem destacar os grupos Quarteto Gingão, Três Cantos e Viriato e, mais recentemente, “Companhia d’El Rei” no âmbito das comemorações do 25 de Abril de 2023 na Nazaré.