De Alcobaça para o mundo. Foi no imponente Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça que voltou a realizar-se mais uma edição da Mostra de Doces & Licores Conventuais. Sendo que o certame teve, este ano, (ainda) mais um motivo para ser comemorado de forma especial: as bodas de prata. Numa edição que também foi histórica por outro (e não menos importante) motivo: o número de visitantes. Segundo estima a organização, foram cerca de 50 mil os visitantes que apreciaram a Mostra de Doces & Licores Conventuais, que se realizou entre a passada quinta-feira e o passado domingo.
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Mas este dado ganha ainda maior relevância se tivermos em linha de conta que em 2022 o número de visitantes da Mostra tinha-se cifrado nos 30 mil. Ou seja, e em bom rigor matemático, quase duplicou a afluência de público relativamente ao ano anterior e que terão degustado em pleno Mosteiro de Alcobaça uma das iniciativas promovidas pela autarquia que mais impacto tem a nível nacional e internacional.
A dimensão única do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça não permite, neste caso, utilizar a expressão de que “o espaço foi pequeno para receber tanta gente”, mas, em bom rigor, pode (e deve) dizer-se que o monumento fica ainda mais bonito quando recebe eventos desta estirpe. E, permita-nos o caro leitor, um evento ainda mais… doce. Porque, afinal, todos os produtos que constavam das montras dos 35 expositores eram… “de comer e chorar por mais”.
Regressemos aos 50 mil visitantes. Um número considerável e que deve deixar os alcobacenses orgulhosos. Porque, afinal, estamos a falar de uma mostra que é profunda marca identitária do concelho e que, como tal, tudo aquilo que permite a “internacionalização” do nome de Alcobaça deve ser ressalvado.
Por ocasião da cerimónia de abertura oficial do certame, realizada ao final da tarde da passada quinta-feira e onde estavam cerca de duas centenas de pessoas, o presidente da Câmara de Alcobaça salientou, precisamente, a importância que a Mostra de Doces & Licores Conventuais tem para o território, não esquecendo como tudo começou.
“Alcobaça foi pioneira na realização de um evento que enaltece os doces e os licores conventuais. Fico feliz por ver que nos dias de hoje mais municípios nos seguem. Em 1999, os grandes eventos da gastronomia eram nulos, especialmente nos doces e licores conventuais. Foi em Alcobaça que tudo começou pela ideia original do executivo de Gonçalves Sapinho, fez de tudo para valorizar este certame Para assinalar esta data, quisemos celebrar não apenas a doçaria, mas toda a tradição e cultura do concelho de Alcobaça. No campo da gastronomia, quero mencionar a Maçã de Alcobaça, que reúne características identitárias da região, mas também a grande qualidade do nosso pão, um alimento que aqui ganha lugar de destaque com as belas obras criadas pelo habilidoso padeiro, Nuno Pina”, salientou Hermínio Rodrigues, durante o seu discurso.
O chefe do executivo municipal estava, percebia-se, orgulhoso por poder “lançar” mais uma Mostra de Doces & Licores Conventuais, sendo que, para elevar ainda mais a qualidade de um certame que abre as portas de Alcobaça não só para o País, mas também para todo o mundo, Hermínio Rodrigues recordou também outro evento relacionado com as profundezas históricas do concelho:
“A Mostra é o evento de maior projeção nacional no nosso território e tem um forte impacto na nossa economia. É um momento de partilha da família e da amizade. A par da Feira de São Bernardo, a Mostra é também a celebração do que é ser alcobacense, de ter orgulho naquilo que é nosso e de ter orgulho em tudo o que fazemos. Grandes alcobacenses.”
A importância nacional que a Mostra de Doces & Licores Conventuais pode também ser medida pela presença da ministra da Coesão Territorial.
Ana Abrunhosa valorizou todo o trabalho feito pelo município na constante projeção da Mostra e aproveitou também para alargar o leque de elogios a outros produtos regionais.
“Não é a primeira vez que aqui me encontro e posso testemunhar com alegria o progresso, a profissionalização, a forma como esta mostra também tem evoluído em número e em visitantes, o que revela bem a importância para a afirmação no território. É a oportunidade para somar ao magnifico património que aqui temos com outro legado, que é uma arte gastronómica ancestral, herança da dedicação dos monges e das monjas cistercienses, transmitidas de geração em geração. Os doces e licores tornaram-se uma marca identitária deste território”, vincou a governante.
Diretora do Mosteiro de Alcobaça e o caminho da internacionalização
Ana Pagará, diretora do Mosteiro de Alcobaça, também usou da palavra durante a apresentação da Mostra de Doces & Licores Conventuais. Na ocasião, a responsável pelo mais imponente monumento do concelho salientou a importância do evento de acordo com o planeamento estratégico em curso.
“É um dia feliz para Alcobaça porque é um evento que acarinhamos muito. Na primeira edição apercebi-me da importância que a mostra tem sobretudo na ligação entre o monumento e a comunidade local. Há aspetos no processo de gestão em que devemos estar atentos aos momentos chave de ligação entre o património e a comunidade” notou a dirigente, alargando os horizontes.
“Há outro aspeto extraordinário, que é o facto de ser uma mostra de doces internacional. Aqui estamos completamente alinhados, Mosteiro e Câmara de Alcobaça, porque um dos nossos objetivos estratégicos do nosso processo de gestão é precisamente a internacionalização”, concluiu.