Em vez de luzes em forma de figuras natalícias, este ano as ruas da Nazaré têm decorações, em forma de grandes bonecos de Natal, depois de, no concurso público para a atribuição da iluminação, o vencedor (e único concorrente) ter desistido.
Este conteúdo é apenas para assinantes
O presidente da Câmara, criticado pela oposição em reunião do executivo, veio a público, na passada terça-feira, numa publicação nas redes sociais, assumir que a medida “não correu bem este ano”, admitindo futuramente “lançar o concurso para a iluminação de Natal com outra antecedência”.
Walter Chicharro explica que o concurso público foi lançado “em devido tempo”, sendo que apenas concorreu uma empresa, “que depois veio declarar incapacidade de realizar o trabalho”. Face à proximidade da data, o executivo encontrou como solução uma empresa “que não é especialista na matéria mas sim em feiras de Natal”. O autarca justifica, assim, “que alguns adereços sejam pouco habituais” na iluminação de Natal deste ano e que em nada se assemelha ao que antes se via”.
O chefe do executivo municipal admite que “os percalços neste processo têm sido muitos, mesmo em anos anteriores”, quando “no final tudo acabou por correr mais ou menos bem”. Walter Chicharro refere-se aos “danos que a maresia e os elementos de uma terra à beira mar causam neste tipo de enfeites de Natal”, uma situação que, garante o autarca, as empresas do setor também têm denunciado à Câmara.
Para além de garantir antecipar procedimentos futuramente, o presidente da Câmara diz que o executivo procurará “impedir o que aconteceu este ano com a recusa da empresa vencedora do concurso em a executar”. O chefe do executivo afirma “lamentar o sucedido” e pede “a compreensão possível” à comunidade.
Antes da tomada de posição pública, Walter Chicharro já tinha sido questionado pelos eleitos da oposição, que deixaram críticas, na última reunião do executivo. O vereador da CDU falou de “falta de planeamento” da maioria, que falhou em apresentar “explicações válidas sobre as razões pelas quais a empresa falhou”. Para João Delgado, com a solução encontrada “está-se a atravancar”. O vereador defendeu maior antecedência, que permitiria “encontrar outras soluções e soluções mais criativas”, nomeadamente envolvendo as forças vivas da Nazaré. “O que está em curso é pobre e demonstra pouca criatividade”, considerou João Delgado.
Do lado do PSD, “triste” foi o adjetivo utilizado por Fátima Duarte para classificar a ausência de iluminação. “É desta forma que pretendem dinamizar a economia do concelho?”, questionou a social-democrata, que sublinhou a importância da quadra para as lojas da Nazaré e desafiou a maioria socialista a promover animação de rua.