A Unidade de Saúde Familiar (USF) Serra de Aire e Candeeiro, que irá substituir a antiga Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Porto de Mós, entrou em funcionamento no passado dia 1.
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Com sede em Porto de Mós, um polo em Mira de Aire e outro em Serro Ventoso, esta nova USF foi constituída para prestar “serviços de qualidade e de proximidade”, com base numa “nova forma de organizar a acessibilidade dos utentes à saúde”, passando a ter “autonomia administrativa, técnica e funcional”.
Na última sessão da Assembleia Municipal de Porto de Mós, o presidente da Câmara avançou que foi assinado um acordo de descentralização que tem em conta um conjunto de pressupostos com efeitos a partir do primeiro dia do próximo ano. Um deles é a criação de uma USF de modelo B, que já se encontra aprovada e que tem como objetivo “servir os utentes da atual UCSP de Porto de Mós, sede e dois polos em Mira de Aire e Serro Ventoso, assim como a manutenção da extensão do Alqueidão da Serra, extensão da sede de Porto de Mós e da extensão da Mendiga que fica extensão de Serro Ventoso”.
“A partir de janeiro, a USF de modelo B Aire e Candeeiros passa a ter condições excecionais de resposta financeira, mas passa também a ter responsabilidades de cumprimento de objetivos que são naturalmente monitorizados e, portanto, vamos ter que preencher os quadros de recursos humanos, mas em particular de médicos”, adiantou, na ocasião, Jorge Vala.
O autarca lembra que a falta de médicos é um problema que pode continuar, referindo-se ao caso concreto de Mira de Aire que perdeu recentemente três médicos por motivo de aposentadoria, baixa médica e transferência por mobilidade.
“É uma situação delicada do ponto de vista da resposta de cuidados primários de saúde à população, temos essa consciência”, referiu o presidente da Câmara de Porto de Mós, acrescentando que, a partir de março, integrarão no pólo de Mira de Aire dois novos profissionais. “Vamos ter mais algum tempo de sacrifício para as nossas populações. A Câmara infelizmente, neste momento, não está em condições de poder contratar médicos”, lamentou.
A criação da USF Aire e Candeeiros com modelo B é um sinal de esperança para a população e para os autarcas já que a precariedade do setor da saúde em Porto de Mós é uma realidade que já se arrasta há anos, principalmente na região serrana. Com a passagem para o modelo B, o processo de gestão da USF vai permitir que as equipas sejam remuneradas com incentivos associados ao seu desempenho, havendo condições mais atrativas para os profissionais de saúde. O principal objetivo é fixar os médicos no território.
No concelho de Porto de Mós o modelo B já é aplicado na USF Novos Horizontes que abrange as freguesias da Calvaria de Cima, do Juncal e das Pedreiras e em que todos os utentes têm médico de família atribuído.
A realidade das restantes freguesias de Porto de Mós não tem sido a mesma já que, até então, dos 16 mil utentes inscritos na antiga USCP, apenas cerca de 8,5 mil utentes tinham médico de família, ficando a restante população sem acesso a cuidados de saúde.