É rara a localidade que não tem um estabelecimento histórico. No Casal Pardo, na freguesia de Alfeizerão, a Pastelaria/Padaria Rebelos que ostenta esse estatuto. Aberta há 78 anos, aquela casa, que mudaria para a atual designação há 28 anos, foi, e continua a ser um dos pontos de encontro da população que ali se junta para o café da manhã, ou quando, já ao fim do dia, por ali passa para comprar pão ou qualquer outro produto de pastelaria.
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Todavia, e como explicou o proprietário Vítor Rebelo, de 62 anos, o café é apenas uma parte do estabelecimento. É que no armazém, e nas entregas, trabalham duas dezenas de pessoas para assegurarem o melhor serviço possível.
É, poderá dizer-se, um negócio já com expressão, mas continua a primar pelo ambiente familiar que lhe é sobejamente reconhecido.
Aliás, acabou mesmo por ser a nora do falecido fundador a receber o REGIÃO DE CISTER. Maria Celeste Laureano, como diz ser conhecida em Alcobaça, relegou a tarefa de gerir o espaço ao filho, ainda que continue (e continuará sempre) a fazer parte da mobília da casa. Agora a um ritmo menos intenso.
Ao contrário de Vitor Rebelo, que continua sem ter mãos a medir, uma vez que, ao lado da esposa Almerinda Rebelo, têm um negócio para manter. “Trabalhamos aqui, passamos as nossas férias aqui e quase dormimos aqui”, brincava o proprietário, recordando que o estabelecimento só fecha ao domingo. E no período de inverno. “No verão, por ser uma altura mais forte, trabalhamos todos os dias”, explicava o empresário, que não tem problemas em meter a mão na massa. Literalmente. “Se faltar alguém à noite, por exemplo, sou eu que venho substituir. E se for preciso ainda mais ajuda, vem também a minha mulher”, notava, pouco antes da esposa, de 60 anos, deixar a zona onde fabricam os produtos e juntar-se à entrevista.
A dedicação é evidente – uma vez que todos os produtos são ali produzidos diariamente, sendo posteriormente transportados para vários pontos do concelho de Alcobaça, Nazaré e Caldas da Rainha – e o tratamento familiar é uma condição que fazem questão de manter.
“Os clientes são tratados pelo nome, mas também são clientes já de há muitos anos”, sublinhava o casal, dando conta de que por ali passam diariamente “caras novas” que vão, por exemplo, a caminho da auto-estrada. “Além de pessoas de outras localidades aqui à volta, também muitos estrangeiros”, notavam.
Questionados sobre se um dia custará deixar a casa à qual têm dedicado grande parte das suas vidas, os proprietários responderam, de pronto e em tom de brincadeira, que não iria custar “nada”, mas talvez por estarem “descansados” porque os filhos, que já trabalham na confeção e na distribuição, saberão dar continuidade a um estabelecimento que é um verdadeiro ponto de visita obrigatório (e de referência) no Casal Pardo. E na região.
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