Há dois anos e meio que não há forma de atravessar o Rio da Areia, em Valado dos Frades, e as obras de construção da nova ponte estão, finalmente, no terreno, após um processo com vários contratempos. O anúncio foi feito na última reunião de Câmara pelo vereador das Infraestruturas Públicas, Salvador Formiga, que avançou que a intervenção deverá ficar concluída em agosto.
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“Felizmente hoje trago boas notícias. As obras estão a correr bem, já foram colocadas todas as estacas para depois ser colocado o tabuleiro”, esclareceu o vereador socialista.
A travessia está interdita desde dezembro de 2022, após uma inspeção do Laboratório Nacional de Engenharia Civil ter concluído que o apoio central da ponte estava a ceder e o risco de ruína era evidente.
O executivo municipal optou por contratar um gabinete de engenharia para efetuar o projeto e o caderno de encargos e, numa fase posterior, abriu concurso para a empreitada.
Em agosto de 2023 foi adjudicada a construção, com um prazo de execução de 120 dias e um valor de 116 mil euros. Todavia, aquando da demolição da ponte velha, “verificou-se que as margens não tinham resistência para suportar os apoios da nova ponte”. Assim, o projeto foi adaptado, de forma a eliminar o apoio central e a contar apenas com dois apoios laterais.
“A única saída era fazer um estudo geológico e certamente que, em vez dos muros ala estarem apoiados diretamente no terreno, teriam de ser executadas estacas para garantir esse apoio”, explica Salvador Formiga, num documento enviado aos vereadores da oposição, a que o REGIÃO DE CISTER teve acesso. Nesta sequência, prossegue a explicação do socialista, a empresa subcontratou um estudo geológico e refez o projeto de estabilidade. Os especialistas alertaram para a necessidade de cravar 12 estacas pré-fabricadas com 24 metros de comprimento, seis em cada uma das margens. A estacaria serve para suportar o tabuleiro central. A nova travessia terá um comprimento de 15 metros.
Na reunião do executivo, o vereador da CDU em substituição, António Caria, defendeu a necessidade de fiscalizar o atraso na obra, dado o prejuízo que tem causado aos agricultores. Durante mais de um ano, foram forçados a aceder aos campos de cultivo por trajetos mais longos.
Em agosto do ano passado, o comunista alertou, em reunião do executivo, para prejuízos superiores a 3 milhões de euros na colheita de fruta em Valado dos Frades, onde a ponte já estava interdita há vários meses.