Em vez de uma Direção, o Clube de Cultura, Recreio e Desporto (CCRD) da Burinhosa adotou um novo sistema de gestão, que recebeu luz verde, por unanimidade, na última sessão da Assembleia Geral do clube.
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Na reunião daquele órgão deliberativo, os sócios renovaram a confiança no grupo dos quatro dirigentes que tinham assumido, em fevereiro último, a gestão da casa após uma crise diretiva que causou danos financeiros, administrativos e desportivos à coletividade. O mandato da comissão de gestão é para os próximos dois anos.
O grupo é presidido por Joaquim Coutinho Duarte, antigo presidente e um dos sócios mais antigos, que tem ao lado Eugénio Santos, na qualidade de gestor do património, Sérgio Soares, com o pelouro do corporativismo, e Arménio Vieira, diretor financeiro. Aos quatro voluntários junta-se o secretário geral, João Marques, o único contratado, que “responde pela vertente associativa e desportiva”, como explica ao REGIÃO DE CISTER Coutinho Duarte, que elogia a entrega dos pares ao projeto da Burinhosa. “No meio do amadorismo, temos uma forma muito profissional de gerir a casa”, reconhece o presidente da comissão, que está confiante de que o novo modelo de gestão é o certo para aumentar a eficácia do clube.
Coutinho Duarte destaca a importância de apostar na formação e, sobretudo, de manter o foco nos atletas do distrito de Leiria. “Afinal de contas, este é o clube mais representativo da região”, constata o diretor, lembrando que o CCRD é o único clube do distrito certificado com quatro estrelas no futsal. “É aqui que o Sporting e o Benfica vêm ver jogadores, porque reconhecem o trabalho que aqui está a ser feito”, sustenta Coutinho Duarte.
“O modelo de Direção tradicional já não está a funcionar muito bem nos dias de hoje”, reconhece a presidente da Assembleia Geral, Liliana Vitorino, que enaltece a solução encontrada. “É uma proposta interessante e inovadora, com recursos humanos mais qualificados”, reflete a presidente do órgão deliberativo, para quem “não faz sentido ter pessoas a ocupar lugares por ocupar”. Liliana Vitorino reconhece ainda que “ter quatro pessoas com pelouros bem definidos”, sendo que cada um designa uma comissão para cada pelouro, “dá liberdade de escolher as pessoas que gostam mais de trabalhar em cada área”.
“Muito contente” pela forte presença de sócios na última sessão da Assembleia, a presidente daquele órgão garante que o novo modelo não colide com quaisquer imposições legais, mas admite, no futuro, refletir sobre a necessidade de alterar estatutos. Por enquanto, o modelo vai ser testado durante os próximos dois anos.
Depois da apresentação da nova época, a 31 de agosto, o clube prepara uma cerimónia pública, a 29 de setembro, para dar a conhecer o hino do CCRD da Burinhosa, anuncia Coutinho Duarte.
No futuro, a coletividade da Burinhosa tem ainda pela frente o desafio de melhorar as condições do pavilhão, que precisa de obras de manutenção e de solucionar “o grave problema acústico”, como faz saber o dirigente, que lembra que se trata de equipamento do clube e não municipal. Já os problemas decorrentes da gestão anterior não estão ainda totalmente no passado, já que o clube continua, por exemplo, sem poder aceder às contas bancárias.