Maria Pinto e César Michelangelis trocaram a agitada e perigosa cidade petrolífera de El Tigre, na Venezuela, há cerca de três anos pela vila pacata do Juncal. A busca por uma vida melhor, com mais tranquilidade e segurança, motivaram o casal de venezuelanos a instalar-se na região e a recomeçar um percurso pessoal e profissional do zero.
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César Michelangelis rapidamente arranjou emprego no setor da eletricidade, enquanto que Maria Pinto começou a trabalhar na Agro Coelho, emblemático espaço comercial do Juncal, fundado por João Coelho, há mais de cinco décadas.
Uma oportunidade levaria a então funcionária a agarrar no negócio e a criar a empresa Agroven, cuja gestão é atualmente dividida com o marido.
Os proprietários mudaram, mas a vasta oferta de produtos do estabelecimento que os juncalenses estão habituados manteve-se. Sementes, fertilizantes, produtos químicos e de limpeza, ferramentas, chaves e utensílios para jardinagem fazem parte do leque de artigos disponíveis na casa onde é também possível contratar serviços de eletricidade.
“A qualidade dos produtos, do atendimento e dos serviços continua a ser a mesma”, avança Maria Pinto, em declarações ao REGIÃO DE CISTER.
“Os clientes muitas vezes entram aqui ‘aflitos’, mas saem sempre com os seus problemas resolvidos”, acrescenta César Michelangelis, em tom de brincadeira.
A diversidade da oferta leva os consumidores a deslocarem-se ao espaço comercial da vila do concelho de Porto de Mós para compras de última hora, levando os responsáveis e os dois funcionários a fechá-lo mais tarde, quer ao final do dia quer para a pausa do almoço.
Para o casal e para o filho bebé a adaptação à nova vida em Portugal não foi difícil. O contacto com a cultura já existia uma vez que o pai de Maria tem raízes portuguesas.
Maria Pinto e César Michelangelis escolheram instalar-se no Juncal por já terem familiares a residir nas proximidades. A simpatia das pessoas e a segurança são os aspetos que mais valorizam nesta nova vida que têm agora e que estavam longe de imaginar que seria tão feliz. Gerir o próximo negócio também não estava nos planos dos venezuelanos quando decidiram deixar o país natal para conseguir uma melhor qualidade de vida.
A realidade superou as expetativas e o casal não pensa, tão cedo, em deixar o Juncal.