O Clube de Lavores “foi surgindo aos poucos” na Escola Básica e Secundária Amadeu Gaudêncio, na Nazaré, ganhando mais força em setembro do passado ano letivo. Desde então, as técnicas de costura, artesanato e crochê foram atraindo, cada vez mais, o interesse de jovens, de tal modo que o clube procura agora a doação de mais uma máquina de costura, para poder realizar os trabalhos com maior fluidez.
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“Começámos por fazer um trabalho de arte têxtil, nomeadamente um livro só com tecidos para uma atividade da biblioteca no Natal, que combinava a mistura de várias técnicas. Depois disso, várias meninas desafiaram-me para aprender a fazer crochê e, no segundo semestre, começámos a fazer alguns encontros à hora de almoço”, explica a professora responsável pelo projeto. Cristina Silva adianta que no início deste ano fez a proposta à Direção da escola para formar o Clube de Lavores, tendo “recebido” duas horas de componente não letiva para seguir com a iniciativa.
“O objetivo passa por ensinar algumas habilidades de lavores como o ponto de crochê, o tricô, os bordados e a costura à máquina”, elucida a professora de Francês, que olha para o futuro com uma parceira em mente. “Gostaria de entrar em contacto com as bordadeiras da Nazaré, nomeadamente com a Universidade Sénior para fazer, nas quartas-feiras à tarde, encontros de lavores para que haja partilha de conhecimentos”, justifica Cristina Silva.
O clube é constituído por 17 raparigas divididas por dois grupos, um de 10 elementos que está a aprender costura e crochê à terça-feira e o outro de sete elementos, dedicado exclusivamente à aprendizagem de crochê.
Apesar dos trabalhos serem sempre realizado consoante as propostas das alunas, está em marcha a execução do projeto final, que visa elaborar “uma manta de retalhos” para a biblioteca, local onde o grupo labora, sempre com uma preocupação pela sustentabilidade. “A única coisa que vamos comprando são as agulhas de crochê, de resto apenas reutilizamos materiais. Temos uma costureira profissional que nos fornece todas as sobras de tecidos que tem e várias pessoas vão também doando botões, lã e outro tipo de sobras”, frisa.
A professora destaca ainda a concentração, o desenvolvimento da motricidade fina, o trabalho em equipa, a diminuição da ansiedade e o convívio como outras características que o Clube de Lavores tem permitido trabalhar nas alunas.
O sucesso da iniciativa tem sido tão grande que várias jovens que não podem integrar o grupo, dada a incompatibilidade de horário, disponibilizaram-se para ajudar com outras tarefas para o projeto final no tempo livre.