Poucos imaginam que é de uma garagem de uma vivenda na Alva, em Pataias, que saem gravações de temas de músicos como Churky ou Bia Caboz. Mas, foi ali mesmo que o brasileiro Vini Lessa abriu o Alva Studio há cerca de um ano.
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O nome do estúdio que criou na União de Freguesias de Pataias e Martingança já existia muito antes de Vini Lessa sequer imaginar que um dia ia viver numa localidade chamada Alva.
Coincidentemente, era o nome do estúdio que tinha na sua terra natal, Santa Catarina, no sul do Brasil. “Alva é a primeira luz do dia”, diz o músico, que encara a profissão (e paixão) como a primeira opção, o trabalho principal”.
Engenheiro de áudio, com formação em percussão e bateria, Vini Lessa, de 30 anos, saiu do Brasil há seis, em busca de novas oportunidades.
A família portuguesa da mulher facilitou a escolha pelo País.
Estiveram, com os dois filhos, dois meses em Lisboa, mas rapidamente perceberam que oferecia “muito stress e muita confusão”.
O gosto que já tinham pela Nazaré ditou o destino. Ali viveu em família durante um período de cinco anos. No entanto, Vini precisava de ter o seu estúdio e foi em Pataias que encontrou o espaço ideal. Casa para a família e, na garagem da vivenda, a possibilidade de erguer o Alva Studio. Comprou os materiais e isolou o espaço.
Com todo o equipamento necessário, o resultado é um estúdio de gravação e masterização, que está disponível sob marcação. Dali saem trabalhos para vários músicos e bandas da região e de Lisboa.
No ano passado gravou o DVD dos Pharol, em 2023 fez masterização para o músico Churky levar ao Festival da Canção.
Trabalha de perto com Bia Caboz e é com ela que está a criar um novo álbum. O seu instrumento de eleição é a bateria, mas toca menos do que gostaria.
“Sinto falta de tocar”, confessa o brasileiro, que anseia organizar um concerto na Alva, nos espaços sociais da cimenteira Cibra.
Nos planos de Vini está a adaptação de um espaço contíguo ao Alva Studio num estúdio para ensaios, para os mais diversos músicos.
Faz rasgados elogios à região que escolheu para viver e trabalhar. “Aqui é calmo, tranquilo, muito sossegado, muito bons vizinhos, como uma família, que nos acolheram muito bem”, descreve o engenheiro de áudio.
“Há tanta coisa boa”, diz Vini Lessa sobre a região. “Gosto muito da Costa de Prata em geral, pelas praias, pelos jovens, pelo surf e por muito mais”, descreve o brasileiro, que confessa ainda ficar surpreendido com as ondas gigantes da Praia do Norte, na Nazaré.
Em breve, Vini deverá regressar ao Brasil, onde não foi desde que se mudou, mas para um mês de férias. Afinal, Portugal é agora o seu lar.