A Câmara de Alcobaça procedeu à limpeza das margens dos rios Alcoa e Baça no decorrer do ano de 2024, numa empreitada que superou o valor de 1 milhão de euros. O grupo de ambientalistas Guardiões do Mar Alcobaça e Nazaré contestou agora, em comunicado, a utilização de “telas plásticas” sob prejuízo de poluir aqueles ecossistemas.
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“Na limpeza das margens em determinados locais, foi colocada uma manta supostamente ’manta orgânica’, que possivelmente seria muito pouco poluente, mas foi erradamente colocada acabando por provocar poluição que devia ser evitada”, começa por explicar o grupo em comunicado. “A referida manta supostamente orgânica foi colocada em cima de uma rede fina de plástico que por sua vez foi colocada em cima de uma manta fina de plástico preto”, prosseguem os Guardiões do Mar Alcobaça e Nazaré, apontando os prejuízos que, na ótica do grupo, podem ser provocados. “Neste caso das margens dos rios Alcoa e Baça, para se perceber que a utilização de plástico na margem de um rio leva a que o plástico vá parar ao rio, mesmo que o plástico seja muito fino e a sua decomposição se efetue com alguma rapidez, vai provocar milhões de partículas de plástico, nomeadamente as micropartículas vão escorrer para a água do rio, transportadas pela água da chuva, ou pelo vento, contaminando assim as águas do rio e consequentemente contaminando a água do mar”, prossegue o movimento. O grupo alerta ainda para a prevenção “para enfrentar o desafio da poluição por microplástico”, que no entender daquela entidade ambientalista não foi respeitado no caso.
Contactado pelo REGIÃO DE CISTER, o vereador da Câmara de Alcobaça com o pelouro do Ambiente garante que tudo foi feito dentro das normas exigidas e com a aprovação das entidades competentes, não existindo qualquer impacto negativo para o ambiente, como é referido no comunicado dos Guardiões do Mar Alcobaça e Nazaré. “O que está por baixo é um produto próprio que a manta tem e que eles chamam de plástico. Esse produto é biodegradável e está aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente, bem como toda a intervenção”, afirmou Paulo Mateus, acrescentando ainda a preocupação de recorrer a “produtos amigos do ambiente” que “cumpram todas as regras”.
Recorde-se que a Câmara Municipal de Alcobaça investiu um valor que ultrapassou 1 milhão de euros para a empreitada de regularização, limpeza do leito e taludes, estabilização e reforço de taludes, tratamento e recuperação de comportas e açudes. A obra que, de acordo com a Câmara de Alcobaça, foi “essencial para garantir a estabilidade dos leitos e uma melhor gestão da vegetação que cresce nas margens ripícolas” terá sido levada a cabo pela empresa “Construções Pragosa”, segundo o Portal Base. No caso do rio Alcoa, a intervenção abrangeu as zonas desde a nascente, em Chiqueda, até à Ponte D. Elias. Já no que diz respeito ao rio Baça, os trabalhos de limpeza estenderam-se desde a Rua da Fonte Nova até ao Bairro do Pena.