Os números 36 e 38 da Rua dos Lavradores, no centro da Nazaré, vão dar lugar ao Espaço Âncora, de acordo com o projeto aprovado na passada segunda-feira em reunião de Câmara.
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O objetivo do executivo municipal é adaptar o edifício para responder aos desafios da proteção civil, emergência social e cooperação institucional, como explica ao REGIÃO DE CISTER o presidente da Câmara.
Entre as missões do Espaço Âncora está o acolhimento de “profissionais em missão, como nadadores-salvadores, bombeiros e técnicos de proteção civil, garantindo-lhes condições dignas enquanto servem a comunidade”, ao mesmo tempo que o edifício tem o propósito de ser “abrigo de emergência para pessoas desalojadas devido a intempéries, acidentes ou outras situações críticas”, como descreve o projeto. Na lista está ainda o acolhimento de delegações institucionais de municípios parceiros e entidades nacionais e internacionais, bem como o “apoio a iniciativas científicas e técnicas, nomeadamente em missões de estudo, intercâmbio ou partilha de boas práticas ligadas ao mar, segurança, clima ou proteção costeira”.
Na primeira hora, o projeto “foi pensado como possibilidade de acolhimento de nadadores salvadores no verão”, refere Manuel António Sequeira, numa alusão à dificuldade em encontrar soluções de habitação no período de maior afluência à Nazaré.
A obra vai incidir no primeiro piso do imóvel, onde serão colocados camarotes, refere o presidente, que esclarece que, após o projeto já efetuado por uma arquiteta da casa, a obra será efetuada pelos serviços camarários. O chefe do executivo municipal garante tratar-se de uma intervenção de baixo custo para os cofres da autarquia. Tal como o orçamento, o prazo de execução não foi estabelecido, mas o edil acredita que a obra estará concluída antes do início da época balnear. “Se não estiver logo no arranque, podemos recorrer ao CarSurf, como apoio, por uma questão de dias”, assevera o autarca da Nazaré.
O edifício da Rua dos Lavradores, a escassos metros do areal, é propriedade municipal. Ali funcionava a Associação de Artistas Nazarenos e o rés do chão acolhe atualmente o projeto Bairros Digitais.
Na memória descritiva do projeto, lê-se que o Espaço Âncora “representa a visão do Município da Nazaré de criar um território mais resiliente, solidário e preparado”, da mesma forma que “representa a capacidade de agir com prontidão, mas também de acolher com humanidade”. O projeto justifica ainda a escolha de uma âncora para o designar. “É um símbolo milenar de proteção, estabilidade e esperança. Em contexto marítimo, é o que mantém firme o que flutua. No contexto humano, representa o que nos segura nos momentos de instabilidade. Assim como a âncora segura o navio em alto-mar, este espaço pretende ser um ponto firme e seguro para quem enfrenta tempos de incerteza ou para quem chega em missão de cooperação e aprendizagem”, descreve o documento.