Maio é definido como o quinto mês do ano no calendário gregoriano. Pode parecer um nome simples, mas sua origem é bastante complexa e interessante. O nome Maio vem do latim Maius, abreviação de Maius Mensis, “o mês de Maia”. A deusa grega Maia simbolizava a figura materna e o nascimento, já que era mãe de Hermes, o mensageiro dos deuses.
Os romanos “importaram” essa divindade para o seu culto, renomeando-a de Maia Majesta, deusa da fecundidade e da primavera, já que o despontar do renascimento se verifica neste mês. O nome grego Maia associa-se a ‘mãe’; o nome romano parece estar relacionado com Magnus, que significa grande. No final das contas, o que se destaca dessa fusão é que a figura da mãe é Magna em qualquer cultura; como podemos atestar também, nos relatos que teorizam que Maia seria a versão ocidental da rainha Maya, a progenitora de Buda, também ela símbolo da reprodução.
A força da Mãe Magna está nos fundamentos dos mais importantes trilhos da história universal – conta-se que a mãe de Sócrates, o filósofo grego mais importante da história, teria sido parteira. Sócrates afirmou ter seguido a profissão da progenitora, porque retirava juízos e conceitos das pessoas através do questionamento e reflexão – os “seus partos eram de ideias e ideais”, costumava dizer.
Dessa forma, em homenagem à mãe, fez nascer a maiêutica – a arte do diálogo; desconstrução de argumentos e construção de conceitos. E a mulher é naturalmente fluente na arte da maiêutica – a coerência materna e o poder de reflexão e questionamento são-lhe inatos; estão em sua essência. As mulheres, à semelhança de Maia, são multifacetadas, dinâmicas e cuidadoras. São empreendedoras, pacientes e donas de uma infinita capacidade de entendimento.
Maio é, por isso, o mês das mães. E é o mês de Maria no calendário católico. Maria, que em hebraico significa Senhora Soberana. Reflitamos sobre a multiplicidade de ideias em torno de todas essas representações e façamos frente aos ataques contra o gênero feminino. Importa preservar direitos; importa respeitar. Respeitar a vida; a liberdade de expressão e a vontade. A todos e todas, um maio feliz.