Os rascunhos das memórias felizes da infância que Maria Amélia Cordeiro foi escrevendo em prosa e poesia ao longo dos anos foram compilados em livro. “Memórias Soltas”, que assinalou a estreia da ataijense na literatura, foi lançado no passado mês na Granja de Cister, em Alcobaça.
A obra desvenda em primeira mão as histórias que a autora contava aos filhos sobre a família e a vida passada no campo que pretende agora eternizar.
“Estas memórias não têm qualquer ligação umas com as outras. Comecei a escrevê-las à medida em que me ia lembrando e sem qualquer intenção de as publicar”, avança a autora, em declarações ao REGIÃO DE CISTER. “Acabei por realizar um sonho que nem sabia que tinha”, brinca a escritora, que é também conhecida pelos trabalhos de pintura e escultura que tem vindo a expor na região. Apesar de já ter sido incentivada pela família e pelos amigos, foi através de um projeto no âmbito da disciplina “Cultivar Memórias” da Universidade Sénior de Alcobaça que Maria Amélia Cordeiro se sentiu verdadeiramente impulsionada para editar um livro.
“Mostrei os meus textos ao meu professor Manuel Castelhano que, além de me motivar a partilhá-los, me ajudou a selecioná-los para a publicação”, sublinha a autora.
Filha mais nova de seis irmãos, a enfermeira aposentada relembra em “Memórias Soltas” os tempos passados no lagar do pai, na apanha da azeitona e da ervilha com a mãe e tantos outros momentos marcantes vividos na terra que a viu nascer.
Em destaque no livro está também a casa do século XVIII que foi a sua primeira (e única) morada, cuja fotografia da fachada faz capa da obra literária. No interior, outras fotografias recordam os progenitores, os avós maternos e os irmãos da autora.
Depois de Alcobaça, o primeiro livro de Maria Amélia Cordeiro vai ser apresentado brevemente à comunidade da Ataíja de Cima, com data e local ainda por definir. Também num futuro próximo, será divulgado o hino de Aljubarrota, escrito pela ataijense e musicado por Bruno Santos, que será interpretado pelo grupo Cantibaça.
“Memórias Soltas” poderá vir a ter um segundo volume com a publicação de outras lembranças do passado da artista que continua dedicada à pintura e à escultura, apesar de não ter para já novas exposições em vista.