A Associação de Bem-Estar da Cruz da Légua (ABECL) celebrou 40 anos desde que recebeu o seu primeiro utente. A festa realizou-se na tarde deste sábado e contou com diversas homenagens a antigos e atuais funcionários, dirigentes, parceiros e outras entidades.
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“Foram 40 anos difíceis, houve muitos obstáculos para ultrapassar, mas a verdade é que temos uma instituição neste momento que está bem gerida, que está na sua capacidade máxima”, começou por dizer a presidente da instituição, comparando a atualidade com o passado. “Os desafios de hoje são diferentes dos que existiam há 5, 10, 15 ou 40 anos, porque atualmente temos idosos cada vez mais dependentes, com um grande grau de demência que não se verificava muito e, com a longevidade maior, mais difícil se torna responder a eles”, explicou Cátia Silva, elogiando ainda o trabalho das anteriores direções, que deixaram “uma máquina a funcionar e a trabalhar bem”.
A ABECL dá resposta, neste momento, a 69 utentes em lar, mais cinco em altas hospitalares, contando também com centro de dia e apoio domiciliário. Atualmente, a instituição criou uma equipa de intervenção rápida, que tem como objetivo destacar funcionárias devidamente qualificadas para tratar de utentes (ao domicílio) numa fase inicial após terem alta hospitalar. Este serviço permite apoiar famílias menos preparadas para lidar com algumas condições de entes queridos sem vaga em lar naquela fase, auxiliando em tarefas como cortar a barba, dar banho, ensinar a movimentar e a posicionar corretamente os doentes. Além disso, também está a ser criada uma vertente que pretende auxiliar na componente das ajudas técnicas.
O dia foi de festa com grande parte da comunidade envolvida e muitas entidades reconhecidas pelo seu contributo. No entanto, 24 horas depois de se assinalar o Dia da Saúde Mental, o discurso de Cátia Silva incidiu precisamente sobre essa problemática. “O nível da demência na nossa freguesia é assustador. A depressão é outro flagelo”, apontou, referindo a realização de passeios regulares, com visitas a cafés e associações locais, como parte do plano da instituição para promover a saúde mental. Já sobre a demência, a dirigente lançou o desafio a empresas e outras associações da freguesia para unir esforços em torno da prevenção. “Precisamos de ter uma sociedade a conviver de forma sã, a criar laços, a praticar desporto.
Temos de pensar em criar torneios, promover caminhadas e recompensar quem exerce cargos de associativismo. Se colocarmos algumas ideias em prática, creio que daqui a 20 anos a taxa de doenças mentais e físicas pode ser substancialmente mais baixa e a quarta idade vivida de forma mais prazerosa”, concluiu a presidente.