Por estes dias estima-se que dois milhões de jovens, entre os quais sete mil portugueses, estejam em Cracóvia, na Polónia. 14 são das freguesias da Cela, Coz e Évora de Alcobaca, que partiram no passado domingo, rumo à Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Por estes dias estima-se que dois milhões de jovens, entre os quais sete mil portugueses, estejam em Cracóvia, na Polónia. 14 são das freguesias da Cela, Coz e Évora de Alcobaca, que partiram no passado domingo, rumo à Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Um evento religioso instituído pelo papa João Paulo II, há 30 anos, e que acontece de dois em dois anos. Para alguns dos jovens é a estreia, até mesmo a experiência em andar de avião. Outros já participaram na Jornada Mundial da Juventude em Madrid em 2011.
Patrícia Santos, da Cela, embarcou na viagem pela primeira vez “para viver a maior experiência católica do mundo”. Já Francisco Graça, que participa pela segunda vez numa jornada mundial, influenciado por testemunhos de outros, sublinha “a possibilidade de fortalecer a fé e de aprender a vivê-la de todas as formas possíveis“.
Chega a hora de embarcar, um momento que se espera há meses, ou “anos”, como reforça um dos jovens.
As horas passam, os hospedeiros correm de uma ponta a outra do avião acompanhados por um carro de serviço de refeições e o nervosismo não deixa dormir os mais de uma centena de jovens. Existem outros passageiros, mas o espírito de jornada já se vive e ninguém consegue descansar até à cidade de destino: Berlim.
São 23:25 horas na capital alemã. O autocarro espera pelo grupo junto ao aeroporto e a bagagem já está nos tapetes para ser recolhida. Acidente de transporte ou de percurso, uma das malas foi danificada e é necessário reclamar junto dos servicos do aeroporto. O autocarro continua à espera. Desta feita, a viagem faz-se durante nove horas e ao longo de cerca de seis centenas de quilómetros. O dia vai longo e o cansaço começa a tomar conta dos jovens.
Na manhã seguinte, o grupo chega à paróquia polaca de Matki Bozej Dobrej Rady (Paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho), a 8 quilómetros do centro da cidade de Cracóvia. A receção é calorosa e as famílias de acolhimento começam a chegar para receber os peregrinos. É hora de conhecer a residência temporária! Chama-se pelos nomes e fica-se a conhecer o chefe de família que acompanha os jovens até a residência. As famílias polacas abriram as portas das suas próprias casas para receber portugueses. Na mesa há queques de chocolate e, na rua, um quintal com uma estufa com plantação de legumes.
Camas preparadas e malas desfeitas, é hora de conhecer os restantes portugueses que estão na mesma paróquia. Curiosamente, o grupo cruza-se com os jovens de Évora de Alcobaca que participaram na pré-jornada. “Uma experiência inesquecível” e que se “recomenda”, segundo Beatriz Rodrigues.
Nas palavras de Miguel Coito, outro dos jovens que participou na pré-jornada em Varsóvia, “o acolhimento foi muito bom, com bandeiras de Portugal e um lanche”. O jovem acrescenta que “o alojamento foi em casa de famílias” e o “inglês facilitou o contacto”. A única dificuldade foi a comida e, nesse ponto, os dois jovens estão de acordo. “Houve pessoas que se sentiram mal com a comida e necessitaram de ir ao hospital”, conta Beatriz Rodrigues.
É o momento de viajar até ao centro da cidade de Cracóvia para conhecer alguns monumentos e procurar restaurantes aderentes das senhas de refeição das jornadas. O jantar faz-se com o telemóvel e internet por perto, não fosse a distância a separar os jovens das respetivas famílias.
Na rua, há movimento e o mesmo espírito de jovens que festejam um momento de encontro entre todos. A bandeira de Portugal segue presa nas malas durante o périplo pelas ruas, onde se vislumbram milhares de jovens a gritar pelo seu país.
Em Cracóvia há cerca de uma centena de jovens da Vigararia de Alcobaça e Nazaré. E por cá continuarão até ao próximo domingo, para uma experiência que jamais esquecerão.