Segunda-feira, Maio 5, 2025
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“Camocha” levou materiais de construção para Pataias

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Completou 88 anos em outubro e ainda sabe bem o que se passa na sua loja de ferramentas e materiais de construção em Pataias, hoje entregue à gestão dos seus descendentes. António Ferreira Vaz, mais conhecido por “Camocha”, passa os olhos regularmente pelas contas da empresa e está sempre preocupado com o pagamento atempado aos fornecedores.

Completou 88 anos em outubro e ainda sabe bem o que se passa na sua loja de ferramentas e materiais de construção em Pataias, hoje entregue à gestão dos seus descendentes. António Ferreira Vaz, mais conhecido por “Camocha”, passa os olhos regularmente pelas contas da empresa e está sempre preocupado com o pagamento atempado aos fornecedores.

O hábito já é antigo. António – que ficou “Camocha” por alcunha herdada do pai – abriu a loja em 1961, inicialmente na Avenida Rainha Santa Isabel. Nesse tempo, trabalhava na construção civil, uma aptidão que também recebeu do pai. A ideia de vender materiais e equipamentos para a construção surgiu pela necessidade que sentiu quando quis fazer uma casa de banho em 1958 – ano em que a eletricidade chegou à freguesia – e percebeu que em Pataias e arredores não havia materiais para a canalização.

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À época, uma casa de banho com água canalizada era um autêntico luxo na então aldeia. Não havia sequer água nas torneiras ou rede de abastecimento, que só viria a ser uma realidade nas casas de Pataias mais de uma década depois, em 1971. António “Camocha” lembra-se também de ter trabalhado na construção da Igreja de Pataias, no final da década de 40 e início dos anos 50 do século passado. “A torre foi feita com guindastes, coisas amadoras…”, recorda o empresário.

Em 1961, quando o pataiense arrendou a loja no Rossio, ali vendiam-se artigos de papelaria, roupas de criança, que a sua mulher confecionava, e, mais atrás, lá estavam os materiais de construção e os acessórios galvanizados.

Ainda com a pequena loja, o empresário foi comprando ao longo dos anos barracões onde hoje se situa o espaço comercial e armazéns, aumentando a capacidade de resposta aos cada vez mais clientes. Em simultâneo, António “Camocha” continuou o trabalho na construção civil, uma atividade que o acompanhou até depois do 25 de Abril.

“Esta é das casas mais antigas. Foi fechando tudo. Até os fornecedores. Tive dezenas e dezenas de fornecedores e já vi nascer e morrer muita empresa. Dos armazéns que me forneciam, todos fecharam menos um, o Tomaz dos Santos, em Caldas da Rainha”, nota.

Da pequena loja que abriu há quase seis décadas restam as memórias dos tempos difíceis. Hoje, o espaço é amplo e a empresa assegura 5 postos de trabalho. Muito longe da realidade comum aos meios rurais portugueses de então.  O octogenário não tem dúvidas que nos dias que correm “as pessoas vivem muito melhor. Antes não havia estradas, luz ou telefone. Íamos para a escola descalços”.

O percurso do empresário teve também um lado criativo. António “Camocha” começou com apenas 10 anos a aprender flautim na Filarmónica Pataiense. Veio depois o clarinete e acabou por ensinar dezenas de crianças na escola de música. Não largou a Filarmónica durante os 60 anos seguintes.

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