O Rebate, grupo de alcobacenses preocupados com o estado de degradação do edifício doado pela família de Vieira Natividade, acusa a Câmara de Alcobaça de “inviabilizar” a criação da Comissão Científica proposta no âmbito Protocolo de Cooperação entre a Direção-Geral do Património Cultural e o Município, que visa a reabilitação da Casa-Museu Vieira Natividade.
O Rebate, grupo de alcobacenses preocupados com o estado de degradação do edifício doado pela família de Vieira Natividade, acusa a Câmara de Alcobaça de “inviabilizar” a criação da Comissão Científica proposta no âmbito Protocolo de Cooperação entre a Direção-Geral do Património Cultural e o Município, que visa a reabilitação da Casa-Museu Vieira Natividade.
A parceria entre o Governo Central e a Câmara foi firmada em julho do ano transato e tem como objetivo reabilitar a Casa-Museu Vieira Natividade e o respetivo espólio, assim como abrir o espaço museológico ao público. Deste modo, foi proposta a criação de uma Comissão Científica para o acompanhamento e execução do programa museológico, que seria constituída pela diretora do Mosteiro de Alcobaça, em representação da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), por um representante do município, um representante da família Vieira Natividade e duas personalidades locais “de reconhecida idoneidade”, designadas por comum acordo entre a DGPC e o município.
Segundo O Rebate, todos os elementos da comissão já foram eleitos, com exceção da “personalidade local de reconhecida idoneidade”, a eleger pela Câmara. “Assim, a comissão permaneceu incompleta e, por isso, impossibilitada de funcionar ou sequer de reunir, desde 7 de novembro”, esclarece o grupo.
Ao longo dos últimos nove meses, a entidade afirma ter tentado compreender as razões que motivam o atraso na decisão da Câmara, tendo sido informada de que a deliberação seria feita no âmbito da Assembleia Municipal realizada no passado mês de julho. Tal não se verificou. “Face ao exposto concluímos que a nossa autarquia a quem, muito justamente, se atribui o mérito da iniciativa deste protocolo de cooperação, está a inviabilizar a sua progressão ou, pelo menos, a provocar atrasos ao início dos trabalhos que lhe incumbem”, lamenta o grupo, revelando “indignação e tristeza”.
A ausência de decisão da Câmara provoca, deste modo, um novo impasse no que refere ao futuro da Casa-Museu Viera Natividade. Para o grupo alcobacense, a autarquia de Alcobaça passou, assim, “a fazer parte do problema em vez de o resolver, como tinha anunciado à partida”. “Quantos anos mais teremos de aguardar para o público poder usufruir deste importantíssimo marco cultural da cidade ou da região”, questiona.
Contactada pelo REGIÃO DE CISTER, a Câmara de Alcobaça não comentou o assunto até ao fecho da edição .
Recorde-se que o acervo museológico e a casa que pertenciam à família Vieira Natividade, foram doados ao Estado em 1993. Perante a “inércia” do Ministério da Cultura e o claro estado de abandono do edifício, a Câmara de Alcobaça tomou a iniciativa de propor uma parceria para acelerar o processo de reabilitação do espaço e espólio e abrir, finalmente, as portas da Casa-Museu Vieira Natividade.