Foi finalmente encontrada uma solução para o comando dos Bombeiros Voluntários de Pataias, que estavam a ser liderados no terreno pelo 2.º comandante, Micael Pereira, desde a saída de Nélio Gomes, no mês de março.
A Direção da Associação Humanitária, em funções desde junho, tinha convidado Micael Pereira para comandar o corpo operacional, mas o 2.º comandante declinou o convite. A escolha acabou por recair em Leandro Bernardino. O voluntário integrava até agora o quadro de reserva dos Bombeiros da Marinha Grande como subchefe e assumirá o comando de Pataias depois de concluído o curso de comandante.
Do currículo do bombeiro, de 45 anos, fazem parte os cursos de Formador de salvamento e desencarceramento, de Tripulante de ambulância de socorro, ambos da Escola Nacional de Bombeiros, de Técnico de desfibrilhação automática externa, pelo INEM, Formação pedagógica de formadores, pelo IEFP, e Liderança, motivação e gestão de equipas, pelo CRISFORM. O voluntário, comercial de profissão, está ligado aos bombeiros desde 1997.
Micael Pereira, que é efetivo da corporação, vai manter-se como 2.º comandante, não sendo ainda certo se será ocupado o cargo de adjunto de comando por algum dos operacionais de Pataias. A decisão será do comandante.
A escolha de um comandante encerra um capítulo sinuoso da história mais recente da Associação Humanitária. Para além do vazio deixado por Nélio Gomes, que abandonou o cargo no início da pandemia da Covid-19, a casa viveu uma crise diretiva, com várias demissões. De acordo com Nélio Gomes, terá sido “o clima e ambiente criados pelo presidente da direção e presidente da assembleia geral da altura” que motivaram o seu pedido de demissão.
A situação conheceu alguma estabilidade com a eleição do montense Raul Catarino, que já tinha integrado, há alguns anos, os órgãos sociais. Apesar de ter sido o dirigente a escolher o comandante, Raul Catarino sublinha que procurou sempre uma solução o mais unânime possível. “Em todo este processo, chamei sempre as chefias do corpo operacional e representantes de todos os órgãos sociais, de forma a reunir o maior consenso possível”, refere ao REGIÃO DE CISTER o presidente da Direção, que se diz apostado em mostrar “que a equipa está unida” e em “criar um ambiente tranquilo”.
Ultrapassado o episódio da liderança do comando, a Associação está agora focada na vertente financeira. “Era preciso voltar à faturação anterior à pandemia”, refere Raul Catarino, que viu descer para metade os valores auferidos com o transporte de doentes. Por outro lado, “a casa precisa de mais sócios”, apela o presidente. Estando os peditórios atualmente interditos, a Direção está a trabalhar em campanhas dirigidas à população e ao setor empresarial, por forma a angariar fundos para as mais diversas necessidades da corporação.