Interdita desde o passado dia 17 de dezembro, a ponte do Rio da Areia, em Valado dos Frades, terá de ser demolida. A conclusão é do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que efetuou uma inspeção técnica à estrutura, explicou o vogal dos Serviços Municipalizados, Orlando Rodrigues, na reunião do executivo da passada segunda-feira.
Este conteúdo é apenas para assinantes
O vereador com o pelouro da Proteção Civil reconheceu que “não são boas notícias”. Orlando Rodrigues admitiu que “a ponte está muito débil”, explicando que “poderá ser demolida e substituída por outra estrutura”. A decisão final dependerá da avaliação técnica por parte da Divisão de Obras e Ambiente do município. “Em breve teremos todas as decisões relativamente a esta matéria. Até lá, o espaço está interdito, uma vez que a ponte não reúne requisitos mínimos para ser colocada ao dispor dos utilizadores”, acrescentou o vereador.
Quando a ponte foi interdita no final de 2022, o município, que alertou para os perigos da travessia junto à Quinta do Campo, reconheceu o “risco de colapso da estrutura”. Na ocasião tinha sido anunciada uma “avaliação da segurança da travessia para pessoas e bens pelas entidades competentes”, o que acabou por se concretizar agora com a inspeção do LNEC.
“Esperemos que não demore uma eternidade”, pediu a vereadora Fátima Duarte (PSD). O eleito da CDU sublinhou que “a ponte do Rio da Areia é uma infraestrutura essencial para muita gente”. João Delgado considerou “importante que por parte da Câmara e da Junta de Valado dos Frades façam o que lhes compete, que é pressão junto das entidades competentes”. No caso, como esclareceu Orlando Rodrigues, a responsabilidade é da Câmara, uma vez que se trata de uma estrada municipal. “Terá de ser o município a assumir as custas do equipamento”, explicou.
O Rio da Areia é um dos quatro que atravessam os campos de Valado dos Frades, sendo que os outros três são o Rio Alcoa, o Rio do Meio e o Rio das Tábuas. Desde a construção da ponte da A8 que surgiram desafios nas margens do Rio da Areia, onde se verificam problemas de sustentação das águas e consequente alagamento de terrenos agrícolas.
Em 2014, a Câmara da Nazaré pediu uma intervenção à Agência Portuguesa do Ambiente, justificando que “para além das motas de defesa do rio [aterros para contenção do caudal que corre a uma quota mais alta que os terrenos]”, o tabuleiro da ponte da A8 (implantado no leito), “representa também uma preocupação, por se constituir como um obstáculo ao escoamento das águas, originando o aumento da velocidade de vazão nesta zona e provocando o agravamento do risco de colapso da estrutura construída”. Na ocasião, a autarquia considerou “urgente uma intervenção de fundo”.