As peças de cerâmica da coleção “Mosteiro”, que se distinguem por terem sido moldadas através da voz de Sónia Tavares, já podem ser adquiridas pelo público. O projeto da Perpétua, Pereira & Almeida, em parceria com o designer britânico Mark Lloyd, foi apresentado na passada sexta-feira, no Mosteiro de Alcobaça, cuja loja tem à venda as peças que “cantam”.
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A empresa de cerâmica, sediada no Cabeço de Deus, na freguesia de Évora de Alcobaça, marcou o “início de uma parceria com a DGPC”, apresentando e dando a conhecer a marca Claraval no monumento cisterciense, que foi o local escolhido para a gravação da voz da vocalista dos The Gift. Estas peças de cerâmica já estão à venda na loja do Mosteiro de Alcobaça, sendo “a primeira loja em Portugal a ter esta coleção vendida ao público”, anunciou Elsa Almeida, que gere a empresa de cerâmica com Fernando Perpétua e Jorge Pereira. “Esta parceria só pode ser benéfica para ambas as entidades porque estamos a divulgar a marca e a coleção de cerâmica e estamos a promover o Mosteiro, Alcobaça e Portugal”, acrescentou.
Para a diretora do Mosteiro, “esta coleção passou a ser património material e um bem cultural que ficará associado a este monumento”. Ana Pagará fala num “casamento feliz”, enaltecendo a “importância da construção de parcerias com entidades locais”. “Não é só uma peça bonita, também fala connosco”, considerou ainda a diretora do Mosteiro.
O designer Mark Lloyd, que conta com muita experiência profissional na indústria automóvel, viu na Perpétua, Pereira & Almeida o parceiro certo para dar forma às “sound-made ceramics”, cujas formas são concebidas a partir da captação de sons. Quando entrou no Mosteiro, percebeu que era ali que queria captar os sons e quando ouviu Sónia Tavares a cantar na Sala dos Reis ficou rendido: “foi mágico”. “Se taparmos os olhos, ficamos mais conectados com o mundo. Mas se taparmos os ouvidos, faz-se silêncio. É o som que nos conecta com o mundo”, salientou o britânico, durante a apresentação da coleção “Mosteiro”.
Sónia Tavares confessou não saber “ao que vinha” quando aceitou o convite. “Fomos ao Mosteiro para experimentar fazer qualquer coisa e o ‘experimentar’ está materializado nestas peças de cerâmica”, aponta a alcobacense. Para a vocalista dos The Gift foi “super importante” conhecer Mark Lloyd: “Ele trabalha com tecnologia, que me interessa muito, e com o som, por isso falamos a mesma linguagem”. A peça com a qual mais se identifica foi batizada com o nome de Sónia: “é robusta como me sinto, mas ao mesmo tempo frágil, porque de repente cai e parte-se”, justifica. “Cada lado diz uma coisa diferente e é um bocadinho como me sinto também”, admite a voz que fica agora eternizada na cerâmica.