O desporto é cada vez mais uma escola para a vida e, por essa razão, os pais tentam escolher os melhores clubes para os filhos praticarem a modalidade de que mais gostam.
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E não tem que ver apenas com a qualidade do plantel, com os objetivos das equipas ou com a margem de progressão para chegar ao topo. É, aliás, por muito mais do que isso: desde logo pela capacidade de formar verdadeiros craques, mas no campo da vida. E para isso são necessários alguns requisitos.
Recentemente, a Federação Portuguesa de Futebol decidiu atribuir estrelas aos clubes – mediante o cumprimento de diversos critérios –, mas, e importa frisar, o número de estrelas (ou a falta delas…) não significa que um clube seja melhor ou pior do que o outro. Simplesmente, não reúne as condições exigidas para obter a certificação.
A Burinhosa é o único clube do distrito a ostentar as quatro estrelas no futsal distrital e, no caso do jovem Tomás Silva, foi um critério importante quando surgiu o convite para rumar aos sub-19 burinhosenses.
Saber que o clube reúne todas as condições para possibilitar uma formação de qualidade aos jovens – a nível técnico e tático, mas sobretudo humano – foi, naturalmente, um acrescento importante no processo de decisão”, contou o pai do atleta beneditense ao REGIÃO DE CISTER. O craque transferiu-se da Ribafria para a Burinhosa na temporada transata, onde encontrou uma realidade “quatro estrelas”.
Durante a época 2022/2023, houve algumas situações complicadas, mas o clube estava preparado para responder a todas elas, seguindo as regras instituídas”, assinalou Filipe Marques, reiterando que “além da componente competitiva”, Tomás Silva, assim como os colegas, foram sempre alvo de um acompanhamento exemplar por parte dos elementos da Burinhosa. “O que é muito importante nestas idades”, frisou ainda o progenitor, que se prepara para ver o filho assinar pelo… Sporting.
No caso do futebol, o Ginásio ostenta também a certificação de quatro estrelas, estatuto que, no distrito de Leiria, apenas foi também conseguido por Marrazes e U. Leiria. Os azuis revalidaram a certificação, voltando a cumprir escrupulosamente os requisitos solicitados pelo organismo que tutela o futebol nacional.
Miguel Sousa, pai de Rafael Sousa, atleta dos iniciados dos ginasistas, considera que a certificação é um elemento muito importante para quem tem filhos no desporto. “Por sabermos que há uma estrutura competente, estamos sempre mais tranquilos quando deixamos um filho num treino ou quando tem de fazer uma viagem longa para um jogo”, elencou o alcobacense, acrescentando que o facto de haver uma maior regulação é sempre positivo. Desde que os clubes o cumpram. Não vão ser todos Cristianos Ronaldos, mas se no final do dia forem homens e mulheres com mais valores, é uma vitória mais do que suficiente”, enalteceu.
A certificação dos clubes resulta de um longo processo, que engloba visitas técnicas de elementos da FPF, e que exige aos clubes determinados requisitos que os distingam na etapa formativa dos jovens jogadores até aos 19 anos. Os resultados e a progressão dos atletas importam, mas a isto os clubes têm de juntar modelos organizativos estruturados, pessoas credenciadas nas lideranças, e dinâmicas que ultrapassem aquilo que é (ou deve ser) o desporto dentro das quatro linhas. No futebol ou no futsal…